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SOCIEDADE

Organizações feministas preparam uma acção para demandar responsabilidades contra  Estado moçambicano

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Um grupo de organizações da Sociedade Civil que trabalham em prol dos direitos das mulheres está a desencadear uma campanha a nível nacional que visa demandar o Estado pelos assustadores casos de violência praticada contra as mulheres.

O facto foi anunciado no arranque do mês da Mulher por Marlene Zulaine, Oficial de Programas da Associação de Mulheres em Defesa das Raparigas (OPENTHA), um organização feminista que opera em Nampula. Sem avançar  o nome de todas as organizações envolvidas neste processo que pretende demandar o governo pela sua inoperância na protecção dos direitos da mulher, a fonte afiançou que a sua agremiação junto de  Rede dos Direitos Sexuais e Reprodutivos e Observatório da Mulher tem estado a discutir sobre “ como é que nós poderemos tornar a consciência da sociedade um pouco sensível  para que possam perceber que a vida das mulheres também contam”

“Oceanário de violência baseada no gênero é uma crise que está instalada na nossa sociedade, é uma crise estrutural que precisa ser trabalhada por todos os actores, organizações e o  governo, no sentido de  reverter este cenário”, disse Marlene Zulaine para quem as mulheres não são “máquinas, mas sim seres humanos. Precisamos que a nossa  vida seja tratada com dignidade”.

Segundo soubemos , neste momento decorre uma camanha  denominada “Vigília” em homenagem às mulheres vítimas de homicídio e de  violência sexual que vai acontecer  em Abril. 

“Convidamos a mídia líderes comunitários, as instituições parte do mecanismo sectorial para se posicionarem. Nós acreditamos que é possível responsabilizar os perpertadores da violência sexual, da Violência Baseada no Género, os perpertadores, dos assassinatos contra mulheres, e trazer à consciência da sociedade que este é um crime que precisa ser trabalhado”

Baseada em dados da imprensa, a nossa entrevistada diz que o país  registou, nos últimos três meses, cerca de 42 casos de assassinatos de mulheres por violência.

“O feminicidio e  violência sexual fazem com que nós paremos hoje, não só para celebrar, mas também para reflectir que estratégias devem tomadas para demandar pelo Estado, demandar pelos homens, para  por fim a violência que é práticada contra as mulhers” Cresce consciência de denúncia de casos de violação contra mulher em Nampula.

Mais de três mil mulheres procuraram pelo Gabinete de Atendimento à  Mulher e Criança Vítima de Violência, no período entre Março de 2022 a esta parte, na província de Nampula . Deste número, em grande parte dos casos, as vítimas acabaram perdendo a vida por conta das agressões físicas e esfaqueamento, protagonizados pelos seus parceiros.

A  Directora Provincial de Género Criança e Acção Social  de Nampula,  Albertina Ussene, reconhece o crescimento de casos de violência contra a mulher na província, mas diz que  o crescimento do número se deveu a coragem de denuncia que as mulheres estão ganhar nos dias que correm face aos maus tratos protagonizados pelos seus maridos.

Ela refere que para a reduzir estes casos de violação, o  sector que dirige esta desenvolver acções de sensibilização nas comunidades junto dos líderes comunitários, onde as mulheres estão instaladas a denunciar os violadores.

Em Moçambique, o mês da mulher comemora-se entre 8 de Março a 7 de Abril  de cada ano, sendo que 8 de Março é o Dia Internacional das Mulheres. Trata-se de um dia que serve para marcar o arranque do mês das Mulheres, que vai até dia 7 de Abril- Dia das Mulheres Moçambicanas, que  é  o aniversário de morte de Josina Machel, combatente da liberdade de Moçambique e heroína nacional.

Apesar dos trabalhos  de sensibilização  que nos últimos anos têm vindo a ser desenvolvidos por  vários actores sociais e do governo, os casos de violência doméstica baseada no género têm vindo a atingir níveis  assustadores. Esta  situação não preocupa apenas o governo , como também  as várias organizações da sociedade civil que desafiam-no a desencadearem acções concretas que permitam punição exemplar aos prevaricadores que sem piedade tem tirado vida às suas parceiras. 

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