Isaura Nyusi é laureada por sua incansável ajuda aos mais necessitados e recebe título de Doutora

Isaura Nyusi, esposa do presidente da República de Moçambique, é desde esta Segunda-feira (29) Doutora Honoris Causa pela Faculdade de Ciências Sociais e Filosofia da Universidade Rovuma, em Nampula, devido ao seu trabalho humanitário e compromisso social, em reconhecimento às acções que tem realizado nos últimos dez anos em benefício aos moçambicanos.

A atribuição do título à esposa do Presidente da República ocorreu após a plena observância das normas da instituição académica, consultando dois colégios de especialistas, sendo um composto por professores Doutores da UniRovuma e o outro por Doutores renomados de Moçambique.

Segundo o Professor Doutor Mário Brito dos Santos, o título é concedido a uma personalidade que já demonstrou grande actuação na área, realizando acções concretas de resgate e aliviando o sofrimento da população.

“A Sua Excelência Isaura Nyusi é, ao nível nacional e internacional, reconhecida pela sua dedicação à causa do bem-estar das populações moçambicanas desfavorecidas, das vítimas de extremismo violento e de grupos vulneráveis. Todos nós, reconhecemos o contributo que Sua Excelência tem dado, a vários níveis, para a construção de uma sociedade moçambicana de paz, de harmonia e de justiça social”.

Mário Brito dos Santos afirmou que a esposa do presidente tem contribuído significativamente em diversas áreas para promover uma sociedade moçambicana pacífica, harmoniosa e com justiça social.

 Ser família

Durante sua defesa, Isaura Nyusi ressaltou a importância da família, por acreditar que todas as suas acções e objectivos estão alinhados com os valores familiares, considerados a base da harmonia e da convivência social. Segundo ela, em Moçambique, os princípios e valores fundamentais devem ser transmitidos no seio familiar, uma vez que, como defendeu, “as leis e as normas não são determinantes no seu dia-a-dia de nossa convivência”.

“A nossa experiência tem como âncora ou espinha dorsal a família que é o centro da atenção do progresso global, por isso as nossas visões visam entre outras, devolver a escola milhares de raparigas que se encontram em situação de desistência por falta de condições dos seus pais e encarregados de educação ou porque vive forçosamente as uniões prematuras” apontou.

Ela comunicou que em Moçambique existem grandes desafios que estão impedindo o progresso do país, porém ressalta que esses desafios estão relacionados a questões económicas, ideológicas e culturais. Por isso, nas suas acções para impulsionar o desenvolvimento, tem dedicado esforços significativos em garantir que raparigas com poucas condições e impedidas por diversos factores voltem para a escola; em combater a desnutrição crónica; em assegurar os direitos sexuais e reprodutivos; em fortalecer a capacidade das meninas; em destinar recursos para reduzir a mortalidade infantil; em restaurar a dignidade dos idosos e promover a igualdade de género.

Nas iniciativas que liderou, ela ressaltou programas relevantes que foram desenvolvidos, como o “Sou Capaz”, lanche escolar, campanhas de vacinação, luta contra o cancro de mama em mulheres e de próstata em homens, além de campanhas em prol da protecção dos idosos, evidenciando assim o estímulo à participação.

A Dr.ᵃ Honoris causa argumenta que a necessidade de ampliar o acesso à saúde, nutrição, educação e protecção social são factores essenciais para o combate às uniões prematuras. Por isso, ela enfatiza que a legislação sobre uniões prematuras é crucial para os moçambicanos, uma vez que acredita que sua aplicação poderá reduzir os casos de violência doméstica e Violência Baseada no Género que acontecem recorrentemente no seio familiar. Além disso, ela enfatiza que tanto a violência doméstica quanto a Violência Baseada no Género representam claras violações dos direitos humanos.

Por isso, ele fez apelos contundentes aos moçambicanos para promover uma maior valorização dos princípios morais e éticos, uma vez que considera que eles estão directamente relacionados com as responsabilidades dos moçambicanos.

Ela terminou o seu discurso expressando gratidão aos colégios que foram fundamentais para a conquista de seu título, ressaltando a importância do reconhecimento. Ela afirmou que esse reconhecimento será lembrado por ela e sua família eternamente.

Salientamos que a designação da primeira-dama ocorreu durante a realização do Terceiro Fórum sobre Acção Humanitária e Responsabilidade Social da UniRovuma, que tem como tema “Pela Acção Humanitária e Responsabilidade Social, Juntos Podemos”. Redacção e Vânia Jacinto