Victor Maquina faz sua estreia literária com “metamorfoses da terra”

O Jornalista Victor Domingos Maquina mergulha-se no mundo da literatura, com o seu primeiro livro de crônicas intitulado “metamorfoses da terra”, em celebração dos 20 anos de carreira profissional completados no passado. Trata-se de uma obra literária que, através das crônicas, o autor pretende criar discussão sobre a província de Nampula, seus valores e vivências.

A ser lançado na cidade de Nampula, no dia 13 de novembro do ano em curso, o livro conta 210 páginas e prefaciado pelo Prof. Doutor Jorge Ferrão, reitor da Universidade Pedagógica de Maputo e será apresentado pelo jornalista e advogado, Carlos Coelho.

Em entrevista ao Jornal Rigor, o autor da obra, Victor Domingos Maquina, disse que aborda no livro aquilo uma “chamada a discussão oportuna sobre Nampula. Eu olho para Nampula e digo que a província é o que é – a mais populosa do país, maior círculo eleitoral – mas o que é que isso significa? Que impacto tem na vida do próprio nampulense e como é que eles encaram o facto de serem o maior número do país e os donos dessa etnia maioritária – macua”, disse.

O autor disse, igualmente, que pretende discutir a conflitualidade entre os nampulenses nas suas três dimensões, nomeadamente os da região do litoral, a área intermédia e do interior. “Nampula tem 23 distritos, existem os dez do litoral, seis da região intermédia e os últimos do interior, e que quando apreciados tem um conflito permanente. Quem é de Nampula é aquele que nasceu no interior ou aonde, e eu chamo as pessoas a discutirem a esse nível”, frisou o autor.

Victor Máquina começou a trabalhar como jornalista há 20 anos, desde os momentos em que o país era governado por Joaquim Chissano, passando por Armando Guebuza e Filipe Nyusi que despede-se, para dar lugar ao presidente eleito no passado dia 9 de outubro.

“Nestas etapas, vivi muitas situações e que prefiro chamar de metamorfoses, e quem for pegar no livro vai viajar a Nampula profundo. Eu quero convidar todo aquele que seja de Nampula e interessado por Nampula a viajar no mundo real das situações, essa é que é a razão da metamorfoses da terra”, disse.

Victor Máquina é formado em mecânica, uma actividade que não exerce(u) na plenitude, mas descobriu que pode abraçar e singrar no mundo da comunicação, através do jornalismo. Revela que nunca teve a ambição de partir para literatura.

“Minha primeira vida é de mecânico, mas por gostar de escrever, entrei nesta vida. Para ser franco, nunca me veio à mente de um dia ter um livro e ou ser escritor, mas a própria vivência da sociedade obrigou-me a entrar por este mundo”, explicou.

O agora escritor, começou como jornalista de rádio – inicialmente na Rádio Encontro, emissora católica da arquidiocese de Nampula e do emissor provincial da Rádio Moçambique – e  “desviado” pela imprensa escrita – foi um dos membros fundadores do extinto Jornal Lúrio, uma publicação que era editada na cidade de Nampula  – e  actual é jornalista e delegado do Jornal Diário Moçambique. Os seus primeiros passos no jornalismo foram dados com apoio dos renomados jornalistas Jafar Buana e Carlos Coelho.

“Começo a sentir que vale a pena dar a minha contribuição na literatura, porque julgo ser útil mostrar oque muitos não têm a coragem e oportunidade de revelar, então através das minhas crónicas vou fazendo o meu passeio e neste mesmo passeio encontro a dizer que vale a pena dizer sim. A literatura está a ser útil, porque tem um vínculo com comunicação que ajuda no despertar da sociedade e que pode impactar na melhoria de vida da minha província de Nampula”, frisou. Margarida Alberto