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OPINIÃO

Metanoia em tempo das Mudanças Climáticas

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Nos dias de hoje, a indiferença é um dos seus apanágios. O Papa Francisco (2013) assegura que vivemos na época da globalização da indiferença. Todavia, olhando para os efeitos nefastos das mudanças climáticas, devemos mudar (fazer metanoia/conversão), pois, a indiferença, como afirma Hessel (2011) é a pior das atitudes humanas. Queremos, portanto, neste espaço, e com este escrito inicial, fazer jus ao pensamento R. Bobbio (1996: 174), que diz que, “o dever do homem de cultura que não queira ficar indiferente ao drama do seu tempo é o de fazer explodir as contradições, desvelar os paradoxos que nos põem diante de problemas sem uma solução aparente e indicar as estradas sem saída”. Vivemos num tempo de grandes mudanças. O Papa Francisco, na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaundium (2013: 32, 52) afirma que “a humanidade vive neste momento uma viragem histórica, que podemos constatar nos progressos que se verificam em vários campos. Mas, como se sabe, apesar do tal progresso técnico e científico, paradoxalmente, o tema recorrente na sociedade hodierna é o da crise”. Fala-se de crise económico-financeira, cultural, religiosa, de identidade… Portanto, é com razão que o sociólogo Ulrick Beck, diz que vivemos numa sociedade de Risco e de Incerteza. As Mudanças Climáticas, constituem um dos mais graves desafios a serem enfrentados neste século, em função das consequências que o aquecimento global traz, tais como: a escassez de água potável, aumento das inundações e do nível do mar, insegurança alimentar, aumento da temperatura média do planeta que pode desencadear longos períodos de estiagem/seca no futuro. Na sua Encíclica sobre a Casa Comum, Laudato Si, o Papa Francisco diz que “Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. (…) Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra. O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica- -nos e restaura-nos”. (LS, nº 2). Para tal, ele apela a humanidade sobre o urgente desafio de proteger a nossa Casa Comum. Hoje, estamos a sentir de forma intensa os efeitos do aquecimento acelerado, quando perdemos vidas humanas e infraestruturas devido a ciclones e/ ou tempestades tropicais, como IDAI, KENNETH, DINEO, e agora FREDDY, entre outros. Por isso, hic et nunc, queremos admoestar e exortar que não devemos estar indiferentes ao clamor do planeta, que é o clamor de cada um de nós. Portanto, é imperioso a construção de uma sociedade sensível ao clamor da casa comum e de cada um dos seus seres. Embora seja difícil evitar os desastres naturais, é possível mitigar os seus efeitos. A COP27, que teve lugar no ano passado, no Egipto, buscou discutir e fazer acordos para tentar resolver o problema das mudanças climáticas. O Secretário Geral da ONU, António Guterres, disse que “o nosso planeta ainda está na sala de emergência. Precisamos reduzir drástica e imediatamente as emissões e esta é uma questão que a COP27 não abordou”. Todavia, Ele descreveu as promessas COP27 como “insuficientes”. Os países participantes da COP27 adoptaram um acordo para instituir um fundo de assistência as Nações mais pobres, denominado danos e perdas, com o propósito de auxiliar os seus governos a responder a desastres causados pelo aquecimento global. Apesar da instituição deste fundo ser necessário, os maiores poluentes do planeta deviam ser “obrigados” a adoptar medidas de redução dos efeitos de aquecimento global, pois parece que estes continuam a enriquecer à custa da destruição do planeta. Apesar de existirem, no país, diversos instrumentos legais aprovados ao nível central e em cooperação com os diversos parceiros de implementação de medidas combativas às Mudanças Climáticas como são os casos de: Estratégia Nacional de Adaptação e Mitigação de Mudanças Climáticas; Lei de Gestão e Redução do Risco de Desastres; assim como o Plano de Acção para as Mudanças Climáticas e Género, entre outros, é preciso que se passe da ortodoxia à ortopráxis. Por isso, devia-se enveredar, entre outros aspectos, pela conversação da biodiversidade, assunção das Mudanças Climáticas como realidade vivencial e, por conta disso, como fazer face aos seus efeitos nefastos. Neste momento, a acção mais eficaz que se deve fazer é falar sobre este fenómeno nas instituições de ensino e/ou pesquisa, conferências, workshops, simpósios, congressos nacionais e/ ou internacionais…. Pois, como soi dizer, é falando que os homens se entendem. A guisa de conclusão, começamos por citar Camões, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades; muda-se o ser, muda- -se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas e melhores qualidades”. Portanto, é tempo de dizer não à globalização da indiferença, mas, sim, à globalização da ética da solidariedade, pois como diz o Papa Francisco, ninguém se salva sozinho, mas juntos. Aliás, Martin Luter King, sentencia com a sua celebre frase dizendo: “ou vivemos todos juntos como irmãos, ou morremos todos juntos como idiotas.

Nos dias de hoje, a indiferença é um dos seus apanágios. O Papa Francisco (2013) assegura que vivemos na época da globalização da indiferença. Todavia, olhando para os efeitos nefastos das mudanças climáticas, devemos mudar (fazer metanoia/conversão), pois, a indiferença, como afirma Hessel (2011) é a pior das atitudes humanas.

Queremos, portanto, neste espaço, e com este escrito inicial, fazer jus ao pensamento R. Bobbio (1996: 174), que diz que, “o dever do homem de cultura que não queira ficar indiferente ao drama do seu tempo é o de fazer explodir as contradições, desvelar os paradoxos que nos põem diante de problemas sem uma solução aparente e indicar as estradas sem saída”.

Vivemos num tempo de grandes mudanças. O Papa Francisco, na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaundium (2013: 32, 52) afirma que “a humanidade vive neste momento uma viragem histórica, que podemos constatar nos progressos que se verificam em vários campos. Mas, como se sabe, apesar do tal progresso técnico e científico, paradoxalmente, o tema recorrente na sociedade hodierna é o da crise”. Fala-se de crise económico-financeira, cultural, religiosa, de identidade… Portanto, é com razão que o sociólogo Ulrick Beck, diz que vivemos numa sociedade de Risco e de Incerteza.

As Mudanças Climáticas, constituem um dos mais graves desafios a serem enfrentados neste século, em função das consequências que o aquecimento global traz, tais como: a escassez de água potável, aumento das inundações e do nível do mar, insegurança alimentar, aumento da temperatura média do planeta que pode desencadear longos períodos de estiagem/seca no futuro.  

Na sua Encíclica sobre a Casa Comum, Laudato Si, o Papa Francisco diz que “Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. (…) Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra. O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos”. (LS, nº 2). Para tal, ele apela a humanidade sobre o urgente desafio de proteger a nossa Casa Comum.

Hoje, estamos a sentir de forma intensa os efeitos do aquecimento acelerado, quando perdemos vidas humanas e infraestruturas devido a ciclones e/ou tempestades tropicais, como IDAI, KENNETH, DINEO, e agora FREDDY, entre outros. Por isso, hic et nunc, queremos admoestar e exortar que não devemos estar indiferentes ao clamor do planeta, que é o clamor de cada um de nós. Portanto, é imperioso a construção de uma sociedade sensível ao clamor da casa comum e de cada um dos seus seres.

Embora seja difícil evitar os desastres naturais, é possível mitigar os seus efeitos. A COP27, que teve lugar no ano passado, no Egipto, buscou discutir e fazer acordos para tentar resolver o problema das mudanças climáticas. O Secretário Geral da ONU, António Guterres, disse que “o nosso planeta ainda está na sala de emergênciaPrecisamos reduzir drástica e imediatamente as emissões e esta é uma questão que a COP27 não abordou”. Todavia, Ele descreveu as promessas COP27 como “insuficientes”.

Os países participantes da COP27 adoptaram um acordo para instituir um fundo de assistência as Nações mais pobres, denominado danos e perdas, com o propósito de auxiliar os seus governos a responder a desastres causados pelo aquecimento global.  Apesar da instituição deste fundo ser necessário, os maiores poluentes do planeta deviam ser “obrigados” a adoptar medidas de redução dos efeitos de aquecimento global, pois parece que estes continuam a enriquecer à custa da destruição do planeta.

Apesar de existirem, no país, diversos instrumentos legais aprovados ao nível central e em cooperação com os diversos parceiros de implementação de medidas combativas às Mudanças Climáticas como são os casos de: Estratégia Nacional de Adaptação e Mitigação de Mudanças Climáticas; Lei de Gestão e Redução do Risco de Desastres; assim como o Plano de Acção para as Mudanças Climáticas e Género, entre outros, é preciso que se passe da ortodoxia à ortopráxis. Por isso, devia-se enveredar, entre outros aspectos, pela conversação da biodiversidade, assunção das Mudanças Climáticas como realidade vivencial e, por conta disso, como fazer face aos seus efeitos nefastos.

Neste momento, a acção mais eficaz que se deve fazer é falar sobre este fenómeno nas instituições de ensino e/ou pesquisa, conferências, workshops, simpósios, congressos nacionais e/ou internacionais…. Pois, como soi dizer, é falando que os homens se entendem.

A guisa de conclusão, começamos por citar Camões, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades; muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas e melhores qualidades“. Portanto, é tempo de dizer não à globalização da indiferença, mas, sim, à globalização da ética da solidariedade, pois como diz o Papa Francisco, ninguém se salva sozinho, mas juntos. Aliás, Martin Luter King, sentencia com a sua celebre frase dizendo: “ou vivemos todos juntos como irmãos, ou morremos todos juntos como idiotas”.

Pedrito Cambrão

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