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MUHIKOTHIHE

NÃO DIGA QUE ÉS LICENCIADO…

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Tenho percurso teórico por meio da revisão narrativa de literatura e, vou cruzando com autores que me dão elementos suficientes para que eu entenda o que foi, o que é e, o que será a profissão professor em Moçambique, desde o chamado período de transição curricular do ensino colonial, passando por aquilo que Pedro Nacuo (2008) (descanse em paz) chamou confusão de terminologias, sobre o Sistema Nacional de Educação. Pois, uns diziam que era Novo Sistema e outros chamaram simplesmente de Sistema Nacional de Educação, por nunca ter havido um outro que tivesse caracter nacional até ao polemizado Novo Currículo do Ensino Básico.

Na verdade, ser professor em Moçambique nunca foi opção. Sim, ser professor era alternativa para os filhos das elites (quais? Não sei!). Mas, era opção para os filhos sobreviventes da agricultura, da pesca, da pastorícia, da ourivesaria, da alfaiataria, do artesanato e não sei lá mais de que fontes permitiam jovens sobreviverem das investidas da probreza para se tornarem professores.

Essa situação perdurou até nos começos deste século, aliás, os Institutos de Formação de Professores, até os anos 2000 e pouco recebiam, GRATUITAMENTE, para a formação inicial jovens que não fossem admitidos nas universidades ou os filhos dos ZÉ NINGUENS, para que não ficassem sem ocupação, ou sem emprego. Foi assim como eu e outros colegas do meu tempo nos tornamos professores de profissão e não de carreira profissional, como o mito universitário pretende transmitir.

Hoje, a realidade inverteu-se, o curso de professores tornou-se uma opção para os filhos das elites.

Os Institutos de Formação de Professores são procurados por gente graduada em vários cursos superiores que, encontram na educação um espaço para prosperar. Ser professor deixou de ser uma alternativa e passou a ser uma necessidade para se ter um emprego formal.

Muitos formandos experimentam um alto nível de SIGILO SOCIAL e ACADÉMICO, se bem que são, para não serem descobertos, pelo menos durante as provas de admissão aos Institutos de Formação de Professores, que arquivaram um diploma superior para caçar emprego, não podem dizer são licenciados.

Portanto, se em algum dia ser professor foi visto como profissão da periferia entre nós, hoje não é bem assim, as elites investem com todos recursos disponíveis ao seu alcance, para que o seu parente se torne professor primário, secundário ou universitário. Os tempos são outros.

Como dizia um amigo que a vida fácil o levou para a mordomia “o game está agressivo”. Vamos parar por aqui, até a próxima. Mohikothihe.

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