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SOCIEDADE

Preço de 25 kg de farinha de milho atinge 2500 meticas

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Algumas famílias de baixa renda, que vivem na cidade de Nampula, dizem que não está ser fácil garantir um prato  de xima na mesa, nos últimos dias,  devido ao elevado preço da farinha de milho que está sendo praticado nos diferentes estabelecimentos comerciais e mercados informais.

Numa ronda efectuada pelos estabelecimentos comerciais baseados na cidade de Nampula, constatámos que  o saco de cinco quilogramas de farinha de milho, que antes era vendido a 200 meticais, neste momento  está ser comercializado a 400 meticais, o saco de 10 kg que outrora era comercializado a 350 meticais  presentemente custa 800 Meticais, enquanto que o saco de 25 quilogramas que nos finais do mês de Janeiro estava  ser comercializado a 600 meticais,neste momento custa 2500 meticais.

Esta situação está a preocupar vários cidadãos na cidade de Nampula que dizem não compreender as razões que ditaram à subida deste produto a nível desta região uma vez que à província produz o suficiente para o consumo.

Albertina António, munícipe de Nampula, disse que as suas contas já estão a ficar complicadas uma vez que já estava acostumada com o preço anterior e conseguia ajudar a sua mãe, seu filho e abastecer a sua residência.

“Não está fácil conseguir um saco de milho, agora já não consigo atender todas as minhas necessidades, pior com o salário que ganho”, disse a nossa entrevistada.

No mercado grossista de Waresta, entrevistámos a  senhora Atija Selemane  que lamenta que não esteja a ser possível garantir xima na mesa. “Tenho muitos filhos, comprei estes 10 quilos de farinha para uma semana. O salário do meu marido não chega para mais. Estamos mal, pedimos ao governo para fazer algo isto está de mais”.

Entretanto, os vendedores de farinha  de milho alegam que a  subida de preço da farinha de milho em Nampula é justificada pela subida de preço nos locais de levantamento.

Nelson Abubacar, vendedor de farinha de milho no mercado grossista de waresta, diz que para além de preços elevados, já não é fácil encontrar farinha, nos mercados onde adquirem para a revenda. “Nós também compramos preços altos. Por exemplo este saco de 25 quilogramas, agora o lucro é de apenas 200 meticais”.

A maior parte do milho comercializado em Nampula é comprado na província da Zambézia, mais concretamente no distrito de Milange. Nelson Issufo, um dos vendedores de milho no mercado grossista de Waresta, explica que “Todo milho que se vende aqui sai de Milange, agora lá já não tem milho nos armazém, e onde apanhamos compramos a preços elevados. Por exemplo, esta lata de 10 quilogramas até na semana passada estava 450 MT mas agora subiu para 500 MT, porque também queremos ter lucros. Há pessoas que vêm aqui desistem por causa do preço, mas não há como”.

Maninho Ussene,   outro vendedor, justificou que com a queda da chuva muitas vias de acesso  em alguns distritos que  forneciam milho estão danificadas e neste momento já não é possível  trazê-lo para Nampula. “As  pessoas que traziam milho para Nampula já não trazem por causa de estradas, queixam-se que se encontram danificadas. O pouco milho existente é este que vendemos a estes preços”.

Entretanto, algumas  industrias moageiras que outrora eram encomendas para o processamento da farinha de milho  já se ressentem do impacto deste problema. Os seus proprietários dizem que os seus negócios estão parados por falta de matéria prima.

Dionísio Daudo,  gerente de uma indústria de processamento de milho no mercado de Waresta,  revelou que em Janeiro conseguia processar entre 50 a 100 sacos de farinha por dia, mas neste  momento a fábrica se encontra parcialmente fechado. “Em  Janeiro não podias ter espaço para passar, estaria cheio de milho e lotado de clientes, mas agora estamos mal, já não recebemos milho, e ninguém nos liga”.

A Direcção Provincial da Indústria e Comércio  de Nampula ainda não se pronunciou sobre a situação. Todas as tentativas para ouvir a sua reacção fracassaram.

 Saide Sandar

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