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SOCIEDADE

Burocracia deixa zangados utentes do INATRO em Nampula

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O Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários (INATRO) é apontado pelos utentes de Nampula como sendo uma das instituições líderes em burocracia, nesta terceira maior cidade do país, situação que os inquieta e pedem a intervenção de quem de direito para solucionar este problema.

Segundo os utentes, naquela instituição pública quase nenhum serviço tem sido flexível, notando-se com frequência a interrupção do sistema, facto que frustra os usuários destes serviços. Associado a isso, de acordo com os nossos entrevistados, está instalada a onda de corrupção, alegadamente protagonizada pelos funcionários da instituição.

Um cidadão que pediu para ser identificado apenas por Jamal referiu que, no INATRO, vários são os funcionários que retardam o atendimento aos utentes para forçar que estes se sintam forçados a suborná-los em troca de melhor atendimento.


“A gente fica aqui por muito tempo, e se não tiver dinheiro para subornar os chefes a pessoa acaba frequentando por muitos e longos dias só para um atendimento que, normalmente, seria resolvido em 30 minutos”, lamentou, para depois considerar não ser fácil ter uma carta de condução nos últimos tempos em Nampula.

Arone Mpambiche, um outro cidadão por nós entrevistado, disse que o problema de corrupção se regista com maior incidência, também, nas escolas de condução onde, alegadamente, os instrutores oficializaram este fenómeno

O futuro condutor contou que se matriculou em 2019 na escola de condução AJM, mas no decurso das aulas começou a ficar desapontado com comportamento de alguns instrutores, que no lugar de facilitarem os instruendos, exigem valores monetários como condição de passarem para as aulas práticas. Por conta destas práticas, Arone acabou desistindo da escola, tendo frustrado o seu sonho.

À semelhança do Arone, Sumail e Mustafa, ambos estudantes numa das escolas de condução da praça, foram unânimes ao afirmar que desistiram das aulas por duas vezes, devido à burocracia e esquemas de corrupção montados em algumas instituições e em colaboração com alguns funcionários do INATRO.


Escolas sacodem o capote

As escolas de condução, embora se recusem comentar sobre a onda de corrupção de que são acusados, consideram legítimas as preocupações dos estudantes e apontam sistemas burocráticos do INATRO como sendo uma das principais causas que frustra e afugenta os instruendos das escolas.

Alberto Caetano, representante da Escola de Condução AJM, vai em defesa das escolas, considerando que “o estudante quando se inscreve tem em mente que a sua formação terá a duração de três meses, e quando vê o tempo a passar sem ter a sua carta de condução culpa-nos e nós não entendemos que o INATRO é que deve ser apontado o dedo, porque é que burocratiza tudo.”

Por seu turno, a delegada provincial do INATRO em Nampula, Joaria Esmael, minimizou o assunto e não confirmou nem recusou os alegados esquemas de corrupção instalados na instituição e muito menos os motivos da burocracia. Contudo, disse que o INATRO tem fiscalizado as instituições de formação com vista a pôr termo a estas atitudes.

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