MUHIKOTHIHE
A mentalidade de fast food
A sequência de fenómenos sociais, políticos e naturais que nos e assolam Moçambique, só podemos agradecer a Deus todo poderoso, pela sua generosidade e agilidade, pois tem ousado disponibilizar aos púberes, adolescentes, adultos, velhos, homens e mulheres um rápido e fácil esquecimento desses episódios.
Mas a bondade divina parece demasiada nesse quesito de esquecimento, seria útil e de bom agrado ser fortalecida essa forma de ser entre os adultos e velhos. Eles precisam de esquecer muitas mutilações, para se desfazerem das doenças degenerativas como a hipertensão e a doença do alzeihmer. Sim, não devia ser entre os púberes, adolescentes ou jovens, para o caso deles, parece um esquecimento patológico ou condicionado.
Ora vejamos, esses últimos estratos sociais (púberes, adolescentes e jovens) vivem um mundo de fenómenos, dos quais uns dispõem, apenas, uma simples informação e não chegam a transformar em conhecimentos, porque nem tudo que temos como informação significa, necessariamente, um conhecimento.
As ʺactuais futuras gerações ʺ estão sendo expostas, violentamente, a várias situações que lhes provocam uma enorme ansiedade e como consequência, ficam sem rumo, abraçam qualquer movimento que se propõe a reivindicar direitos, mas com a emergência de um simples distraidor, todo mundo esquece o que estava fazendo, reagem a novas situações como se fossem receber um Fast food em tempo de calamidade natural ou crise humanitária.
Portanto, parece estarmos sofrendo um esquecimento colectivo. Entendendo que o esquecimento, embora necessário, em algum momento para evitar esgotamento cerebral, é uma doença. Como escreveu Clarisse Bezerra em fevereiro de(2022), uma medica especialista em saúde familiar: ʺa ansiedade é a principal causa de perda da memória, principalmente em jovens, pois momentos de estresse causam a ativação de muitos neurônios e regiões do cérebro, o que o torna mais confuso e dificulta sua atividade mesmo que para uma tarefa simples, como se lembrar de algo. Por esse motivo, é comum haver uma perda de memória repentina, ou um lapso, em situações como uma apresentação oral, uma prova ou após um acontecimento estressante, por exemploʺ.
De facto, a perda de memória em não teria outro impacto nos jovens moçambicanos se não estivesse abraçando causas alheias e esquecendo o que lhes importa ou diz respeito devido ao estresse continuo em que estão e são sujeitos. Foi assim: ouviram que houve dívidas ocultas abraçaram como fast food, ouvira que foram estabelecidas max-saias, abraçaram como fast food, ouviram que subiu preço de pão, abraçaram como fast food, ouviram que subiu preço de combustível, marcaram marcha como se fosse fast food, ouviram que morreu azagaia, abraçaram como se fosse fast food, ouviram que haveria a sua homenagem, abraçaram como se fosse fast food.
E onde está erro nisso? Estaria em os jovens abraçarem movimentos que reivindicam a sua dignidade e seus direitos? Longe de ser. A minha preocupação reside na forma fácil ou maleável com que esquecem assuntos sérios, como o caso da possível guerra que poderá renascer fruto das (des)inteligências entre os membros da Renamo, pois entre a Renamo e o Governo sabem o que estão a fazer.
Hoje, corremos um novo risco de estar a gerir 2 guerras pois a de Cabo -Delgado ainda está em curso, mas os meus contemporâneos preferiram dedicar esta semana discutir a fortuna e o casamento de um futebolista marroquino, discutem fortuna de Messi e Ronaldo, discutem facilmente Irmaos verdade e afins de uma forma profunda e meteórica.
Nós neste pais temos equipas de futebol e federação moçambicana que estão a ser geridas como se fossem propriedades individuais, mesmo gastando erários públicos, mas só, abraçamos a indignação na semana que a selecção regressou de Chan interno e decidimos esquecer que jogadores foram violentados psicologicamente por quem mal gere a federação e dispõe de poder económico, o que permite vencer um internacional nas eleições da FMF. Se continuarmos assim, este país vai ter um presidente fast food, sem metas por alcançar, MUHIKOTHIHE.
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