SOCIEDADE
Cresce o número de escolas e professores que leccionam o ensino Bilíngue em Nampula
A Província de Nampula viu nos últimos anos o número de escolas e professores que leccionam o ensino bilíngue a aumentar, graças a colaboração entre o sector da educação e as organizações que operam na área.
Actualmente a província de Nampula dispõe de mais de quatro mil setecentos professores que leccionam o ensino bilíngue em 16 dos 23 distritos da província, num total de 450 escolas primárias.
O sector da educação assinala como progresso o facto, se se ter em conta que o ensino bilíngue iniciou em 2003, em dois distritos nomeadamente, Rapale e Ilha de Moçambique.
O Ponto Focal do ensino bilíngue na Direcção Provincial de Educação em Nampula, Elmano Mucopo, fez saber que o ensino bilíngue abrange escolas localizadas na região rural onde a língua materna é Emakua.
“Ao nível das Instituições de Formação de Professores não temos um curso específico para leccionação desta modalidade de ensino, mas os candidatos à professores ao nível dos institutos têm uma disciplina chamada línguas moçambicanas. Eles aprendem tudo que tem a ver com as metodologias de ensino das línguas moçambicanas”
O entrevistado classifica de positivo a implementação do ensino bilíngue nas escolas primárias da província, uma vez que os alunos que frequentam este ensino pela primeira vez, terminam o segundo ciclo, falando português e escrevendo em Emakua e vice-versa.
“O que nós verificamos no passado é que as crianças nem conseguiam pedir para ir ao quarto de banho, chegavam a urinar sentadas porque não se podiam expressar na língua portuguesa, que se falava na escola. Mas as crianças sabiam falar, mas não conseguiam fazer os pedidos usando aquela língua. Veja que no intervalo estas crianças sorriam, conversavam com os amigos, mas com a Língua primária. Com o ensino bilíngue, existe uma boa interação entre alunos e professor, o aluno sabe se levantar e dizer: senhor professor, eu quero resolver um problema, quero ir ao quarto de banho” , disse a fonte.
Mucopo frisou que a introdução do ensino bilíngue nas escolas primárias da província de Nampula está a reduzir o fenómeno das desistências dos alunos, “porque as crianças quando vão à escola encontram aquilo que elas falam em casa”.
Recorde-se que 22 dos 23 distritos de Nampula falam Emakua, enquanto que um, neste caso o distrito de Angoche, a língua mais falada é Kotí.
“Arrancamos este ano com a fase piloto de implementação do Kotì em quatro escolas e 8 turmas. Temos todas as condições quer materiais e humanas e continuaremos a dar toda assistência em capacitação para que nos próximos anos possamos transitar para mais escolas”. Aliás é plano do sector de educação em Nampula expandir o Ensino do ensino bilíngue para todos os 23 distritos no próximo ano. A implementação do ensino bilíngue visa promover o uso das línguas maternas no processo de ensino e aprendizagem.
Os gestores de algumas escolas dos distritos de Malema e Ribáuè, na Província de Nampula, consideram que o ensino bilingue está a trazer um impacto positivo no processo de aprendizagem nas classes iniciais.
Alguns directores de escolas primárias dos distritos de Malema e de Ribáuè informaram que o sistema de ensino bilíngue permite aos alunos adquirirem noções básicas de aprendizagem de forma livre, através da língua materna. Através deste sistema de ensino, os alunos conseguem ler e escrever em língua materna sem dificuldades.
Por exemplo, no distrito de Mogovolas, as autoridades do sector de educação consideram que o ensino bilíngue trouxe impactos positivos nas escolas primárias, uma vez que os alunos conseguem aperfeiçoar a língua emakua, contribuindo desta festa para o ensino e aprendizagem dos alunos.
O Director do Serviço distrital da Educação, Juventude e Tecnologia de Mogovolas, Silvério Canati, disse que o ensino bilíngue iniciou em 2009, implementado por parceiros do sector, através da formação dos gestores e professores das escolas primárias.
Silvério Canat informou que à medida que o tempo ia passando o ensino bilíngue começou a ser expandido para as terceiras e quartas classes nas escolas primárias do distrito.
Suzana Sardinha, diretora da Escola Primária Completa de Nametil, frisou que desde que o ensino bilíngue é implementado a instituição que dirige, vem colhendo bons resultados, a partir do momento em que os alunos conseguem ler e escrever em língua emakua.
A fonte frisou que para além de ler e escrever em língua local, os alunos da sua instituição aprenderam através do ensino bilíngue, o alfabeto. Recorde-se na modalidade do ensino bilíngue, as crianças aprendem nas primeiras duas classes o vocabulario da Lingua Nacional, neste caso emakua, para na 3ª a 6 classes as crianças irão aprender a escrever e ler o Emakua e portugues em simultâneo. No sexto ano, isto é na sexta classe, as crianças são submetidas a dois exames, um em portugues e o outro na língua Emakua. Entre as organizações que apoiam o ensino bilíngue em Nampula, destaca-se o projecto SABER e a Visão Mundial.
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