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SOCIEDADE

TSU distraiu professores que deviam progredir na carreiras

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A Organização Nacional do Professores, a primeira organização sindical a congratular o governo pela implementação da Tabela Salarial Única (TSU), acaba de despertar e diz que afinal o governo inventou a tabela para distrair os professores que deviam ter mudado  e progredido na carreira em que se encontram.

Aquilo que seria motivo de alegria para os profissionais de educação em Nampula passou a ser o motivo de desconforto, disse ao Rigor,  André Jana, Secretário Provincial da Organização Nacional dos Professores em Nampula (ONP).

A fonte disse que devido à implementação da TSU, muitos profissionais do sector da educação viram os seus processos de promoções, progressões e mudanças de carreiras bloqueados. A ONP receia que agora não consiga continuar a apaziguar a fúria dos seus membros que se veem prejudicados com a implementação da TSU.

“Só para dar exemplo, a comissão criada para dirimir casos de mau enquadramento ainda não está a mostrar resultados frutíferos, os visados continuam com os salários que vinham auferindo, e não acredito que este ano possam  conseguir terminar. Não terminando vão deixar os assuntos administrativos para último plano e isto é muito complicado para muitos”, disse o sindicalista explicando que o governo esqueceu-se de trabalhar paralelamente os processos de actos administrativos, prejudicando sobremaneira a muitos professores que estavam na fila.

“Anualmente os nossos membros remetiam ao sector que subentende a área e as promoções não tardavam, mas com a TSU tudo parou, e receamos que se venha  arrastar para mais tempo, como sindicalista, nos preocupa porque é um problema de difícil solução”.

Jana disse que a sua organização sindical está atenta a esta situação e poderá intervir assim que for oportuno. “Estamos à espera das estatísticas em relação aos professores que este ano requereram as progressões, o que vai nos ajudar a definir passos subsequentes”.

Alguns professores que ainda aguardam por estes procedimentos dos actos administrativos também receiam que a situação venha se prolongar por mais tempo. “Mesmo sem autorização e a residir no distrito, investi muito na universidade, concluí e segui os procedimentos legais e estou esperando a mudança desde o ano passado”, disse agastado um dos professores visados, que preferiu falar em anonimato.

Outro professores também que viu as suas expectativas defraudada, aponta a falta de cometimento por parte do governo, e afirma: “ tive que recorrer à banca para custear os custos no nível superior na UCM, e já estou há dois anos na fila aguardando pela promoção, e quando acompanhei que o processo está paralizado fiquei decepcionado, mas não tenho alternativa senão esperar”.

O Rigor tem vindo a insistir para ouvir o sector da educação em torno deste  assunto, mas o Assessor da Direcção provincial de Educação em Nampula, Inácio Muthipo, diz que este assunto só pode ser esclarecido pela respectiva directora provincial, que não está disponível por questões de saúde.

“Temos a porta-voz mas também carece da autorização da directora e na devida altura iremos nos pronunciar”, justificou o assessor.

Para Gentil Mulumba, activista social e quadro de uma organização da sociedade civil, que trabalha nas areas de educação, saude e recursos naturais, em conversa com o Rigor,  apela ao bom senso por parte do governo com vista a encontrar formas de ultrapassar esta situação enquanto cedo, sob risco de se reflectir na qualidade de prestação de aulas pelo professor, num sinal evidente de greve silenciosa.

“Há muitos profissionais que ficaram cerca de cinco anos na carteira a procura de mudança de nível de vida através das progressões, e com a TSU, as expectativas aumentaram. Na minha óptica, o governo devia olhar pelas progressões e entrar com a tabela criando uma equidade e equilíbrio salarial, mas como a matéria ainda é nova, espero que venha se ultrapassar”. A Província de Nampula conta actualmente com pouco mais de trinta mil professores, número que pode aumentar com a contratação de mais profissionais da área ainda este ano.

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