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Wilker Dias e a lista nacional de terroristas: “É necessário rastreá-los para identificar os financiadores e os que treinam os insurgentes”

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O especialista em política moçambicana, Wilker Dias, afirma que tornar públicas listas de indivíduos ligados a actos terroristas, financiamento e crimes relacionados em Moçambique é crucial para a consciencialização da população local. No entanto, ele ressalta a importância de as autoridades judiciais investigarem profundamente para identificar e responsabilizar efectivamente aqueles envolvidos no financiamento e até no treinamento militar dos jovens insurgentes em Cabo Delgado.

Wilker afirma que é essencial que as autoridades tenham a capacidade de rastreio a partir das pessoas listadas, a fim de identificar os responsáveis pelas iniciativas, já que, de acordo com ele, as listas fornecidas pela procuradoria mencionam apenas intermediários, principalmente comerciantes que lidavam com a compra e venda de produtos alimentícios e/ou recrutamento de jovens.

“É importantíssimo a partir daqui tenhamos a capacidade de poder fazer o rastreio identificar quem são as pessoas que fazem este recrutamento, quem são as pessoas que estão a dar os treinos militarmente, com toda discrição possível e localização, os números de contactos é todo o sistema de tecnologia usado, então uma série de factores de investigação que devem ser conduzidos”

Segundo Wilker, as pessoas mencionadas na relação divulgada pela Procuradoria-Geral da República, envolvidas em actividades terroristas, financiamento e delitos relacionados em Moçambique, podem ser vistas como peças-chave para identificar os executores e os patrocinadores em sua totalidade. De acordo com a análise da lista, não identificamos financiadores específicos. No entanto, encontramos indivíduos que actuam como intermediários na distribuição de produtos, sendo que há outros envolvidos nos bastidores responsáveis por fazer com que esses produtos cheguem ao destino. Ao invés de serem rotulados como financiadores, eles poderiam ser considerados colaboradores indirectos do terrorismo.

“Este anúncio por parte das instituições da justiça já é um passo significativo naquilo que é a comunicação para com o povo moçambicano, possa conhecer, saber sobre quem realmente são as pessoas que estão por detrás desse tipo de actos. Mas importa referenciar que nesta última lista, a título de exemplo, são pessoas que tiveram um papel mais operacional de transaccionar produtos alimentares por uma instância, segunda instância está relacionado aos que foram recrutados para recrutar jovens para a actividades”

Ao abordar o facto de que a maioria dos nomes presentes tanto na primeira quanto na segunda lista são de origem moçambicana, Wilker Dias afirmou que isso mostra que a condução da insurgência em Moçambique está nas mãos de moçambicanos, impulsionados por diferentes motivos.

Dentre eles, Wilker destaca a insatisfação, a exclusão social, a carência financeira e/ou falta de influência económica, juntamente com o analfabetismo.

“Estes factores contribuem significativamente para que tivéssemos inclusão de mais cidadãos moçambicanos. No entanto, também há um motivo especial para isso. Se analisarmos mais de perto, poderíamos ter mais estrangeiros liderando esse processo, mas são os cidadãos moçambicanos no cerne da operacionalização. Portanto, a maioria dos envolvidos são moçambicanos em vez de estrangeiros, já que esta não é a sua terra natal. Talvez encontrem dificuldades em trazer mais estrangeiros para cá, mas se o maior número de missões for realizada por moçambicanos, automaticamente teremos mais participantes locais do que estrangeiros.” Raufa Faizal

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