SOCIEDADE
Sismo Eduardo diz que ANAPRO está transformada em entidade partidária à custa da educação

O activista social e defensor dos direitos humanos, Sismo Eduardo, denuncia que a Associação Nacional dos Professores se tornou uma entidade partidária e afirma que a declaração sobre o boicote aos exames especiais e à cerimónia de início do ano lectivo, não é mais do que uma encenação.
Embora tenha sido fundada recentemente, Sismo Eduardo afirma que a ANAPRO desviou-se de seus princípios de ser uma associação sem vínculo partidário e de buscar a valorização da qualidade da educação em Moçambique.
“Os Professores estão alinhados com a causa da Frelimo, buscando tirar vantagem da situação em que outros ministérios e sectores anunciaram a suspensão de suas actividades. A ANAPRO não pode iludir ninguém por estar a serviço do partido FRELIMO. Ao analisarmos a Associação Nacional dos Professores, podemos perguntar: quem são os seus membros? Trata-se de professores, incluindo os directores das escolas, e cada instituição representa um círculo; os directores transformaram as escolas em núcleos partidários. Assim, como as escolas foram organizadas em círculos associados a partidos políticos, especialmente a FRELIMO e visto que há uma exigência para que todos os professores sejam membros da FRELIMO, por que a ANAPRO não se esforça para romper essa ligação ou para promover uma separação?”
Segundo Sismo, actualmente, a ANAPRO procura se mostrar como uma entidade preocupada em organizar o país, mas, na verdade, parece não estar verdadeiramente interessada. “O momento adequado para a ANAPRO se manifestar já passou; houve várias oportunidades críticas em que isso era necessário. A paralisação que está sendo cogitada não trará nenhuma mudança significativa”.
Para Sismo Eduardo, é fundamental que, antes de qualquer interrupção, medidas adequadas sejam definidas. Ele acredita que uma possível paralisação neste momento não resolve nada e pode, inclusive, prejudicar os alunos que já sofreram com os impactos das manifestações pós-eleitorais, a ponto de não conseguirem realizar os seus exames.
“Pedimos encarecidamente que não comprometam o futuro de nossas crianças, não as impeçam de avançar. Estamos actualmente envolvidos no processo de matrícula e nos preparando para o início do ano lectivo. Não adianta tentar nos enganar; não interrompam nada, pois as manifestações não trarão resultados positivos”. Vânia Jacinto
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