SOCIEDADE
3422 alunos iniciam exames especiais em quatro distritos da Província de Nampula

ANAPRO promete boicote aos exames especiais em reivindicação aos 13º salário
Um total de 3422 alunos na província de Nampula, de um conjunto de 76 mil estudantes ao nível nacional, começam hoje os exames especiais nos distritos de Larde, Muecate, Ribaué e Nacala-Porto.
Estes são alunos que não puderam participar dos exames realizados entre 2 e 13 de Dezembro de 2024, em decorrência das intensas manifestações pós-eleitorais que ocorreram em todo o país, além de estarem impactados pela paralisação dos professores, através da Associação Nacional de Professores (ANAPRO), reivindicavam o pagamento de horas extras relacionadas aos últimos três anos.
Na província de Nampula, a ANAPRO disse que fará um boicote aos exames especiais, citando como motivo a falta de pagamento do 13º salário aos funcionários públicos, para além da conclusão do pagamento das horas extras.
Amós João Pires, Porta-voz da ANAPRO em Nampula, afirma que a ausência de pagamento desses valores representa uma desconsideração para com os servidores públicos.
“Nós estamos a vir de um período longo da desvalorização dos profissionais da função pública, vimos ao longo de quase três anos, senão quatro desde 2022,que temos problemas de não-pagamento das horas extraordinária, e não havendo esses pagamentos, as negociações foram sendo feitas com o governo, neste caso o governo cessante e as respostas sempre foram aguardem e uma pessoa normal tem o seu limite de paciência. Então a nossa paciência foi esgotando, a situação fica agora muito mais graves, quando não se paga as horas extraordinárias em 100 porcento e aparece um grupo de governante dizendo que já se fez o pagamento em 100 por cento, damos o exemplo concreto da província de Zambézia, que já dizia que já se fez o pagamento das horas extras dos professores e o que não se constitui verdade”.
Os professores da província de Nampula também sinalizam a possibilidade de não participar no início do ano lectivo escolar 2025, se o governo não pagar as dívidas com os funcionários, especialmente aos professores.
“É bastante provável que não estejamos presentes nas cerimónias de início do ano lectivo, uma vez que essa paralisação ainda não tem data definida para acabar. Assim, dependendo da disposição do governo em resolver essa situação, ainda há tempo para que tudo seja solucionado antes da abertura do ano lectivo”, declarou o porta-voz da ANAPRO.
A ANAPRO, por meio do seu Porta-voz em Nampula, aguarda que o novo Governo, liderado por Daniel Francisco Chapo, promova maior respeito e reconhecimento aos professores em Moçambique.
“O Discurso do Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, abrange o tema da educação e aborda diversos aspectos que se alinham com nossas convicções. Resta-nos observar se essas propostas se materializarão quando suas actividades forem iniciadas, especialmente no que diz respeito à valorização dos funcionários públicos”.
É importante mencionar que a paralisação anunciada pelos professores em Nampula, coincidentemente no dia em que se iniciam os exames especiais, é uma extensão de uma greve nacional previamente divulgada em Maputo no último dia 17, que contou com a participação de funcionários públicos.
Lembre-se de que os exames especiais envolvem estudantes do 10ª e 12ª Classe e ocorrerão até Sexta-feira, em uma única chamada.
Entre os 76 mil alunos que passarão por avaliação, 51 mil são da 10.ª classe, inscritos em 73 instituições de ensino, enquanto 25 mil pertencem à 12.ª classe, em um total de 53 escolas. Vânia Jacinto
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