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ELEIÇÕES GERAIS 2024

Sismo Eduardo: Abstenção nas eleições reflecte a desconfiança e a manipulação pré-eleitoral 

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O defensor dos direitos humanos, Sismo Eduardo, diz que a elevada taxa de abstenção nas últimas eleições foi influenciada tanto pelos resultados dos pleitos anteriores quanto pelo facto de que houve, dias antes da votação, a recolha de cartões de eleitores, realizada por alguns partidos políticos.

Na província de Nampula, a taxa de abstenção foi de 78,58% do total de 3.266.882 eleitores registados nos 23 distritos. Somente 28,41% dos eleitores marcaram presença, totalizando 927.996 pessoas que exerceram seu direito de voto.

Sismo Eduardo afirma que a intensa recolha de cartões eleitorais, nos últimos dias da campanha para as eleições de 9 de Outubro, teve um impacto significativo na abstenção dos eleitores, que não compareceram às urnas para votar.

“Se esperava que a totalidade dos que se registaram participasse das eleições. Esse desinteresse pode ser atribuído à insatisfação generalizada, provocada por frequentes denúncias de fraudes, das quais ninguém é punido. Além disso, durante o período de pré-campanha e campanha eleitoral, foi observado um número significativo de pessoas recolhendo cartões de eleitores, o que levanta suspeitas sobre as motivações por trás dessa acção”, disse Sismo que, acredita que aqueles que tiveram seus cartões apreendidos, possam ser os mesmos cujos nomes não constavam nos cadernos eleitorais.

“Observamos em várias instituições de ensino, como a Escola 22 de Agosto, Mutomote e nos Limoeiros, que muitos indivíduos saíram sem ter participado da votação, sendo que a maioria deles já havia exercido o seu direito nas eleições autárquicas de 2023”, disse, explicando que: “o adversário utiliza diversos artifícios, mantendo-se o mesmo, mas alterando as suas tácticas”.

Sismo Eduardo diz que durante estas eleições, observou-se uma abordagem de manipulação, cujo objectivo era prejudicar os direitos da maioria em benefício de um pequeno grupo.

“Essa foi uma estratégia orquestrada, e ao questionar por que certos cidadãos estavam recolhendo os cartões de outros, não há uma explicação convincente. A razão clara é que o cartão do indivíduo foi recolhido como parte de um esquema entre a CNE, o STAE e um certo partido, resultando na exclusão dos nomes dos cidadãos do sistema. Se, em uma mesa de votação, três mil pessoas foram registadas, e todas elas compareceram para votar, não há espaço para fraudes nas urnas. A estratégia ideal é eliminar alguns, abrindo assim margem para manipulações que possam ocorrer, o que explica essas situações.”

O Sismo Eduardo, afirmou que, embora a corporação tenha demonstrado neutralidade, sua presença foi ineficaz, uma vez que ocorreram diversos ilícitos sem qualquer acção por parte de agentes da polícia.

Além disso, os relatos de disparos em alguns distritos da província de Nampula, segundo Sismo Eduardo, levaram à fuga de eleitores e um crescimento da abstenção.

“A actuação da polícia nas eleições foi neutra, mas o facto de disparar num local próximo de votação já é uma ameaça a tranquilidade do cidadão, tendo em conta que tem acompanhado muitas situações, das eleições passadas, em que houve disparos e baleamento”, disse explicando que só pelo facto de um agente polícia disparar, pese embora para ar, acabou obrigando que quem não tenha votado, até a hora do incidente, voltasse para casa sem votar, por ficar com medo de morrer

“Isso acaba influenciando nos resultados. Acompanhamos a situação da Zambézia, agora em que o Comandante foi o protagonista na abertura do armazém que estavam guardados os boletins de voto. A partir do momento em que os processos são produzidos, a polícia estando lá a controlar e fazendo o acompanhamento do processo e não fazendo nada, ela torna-se inútil.” Losangela Mussa

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