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População incendeia hospital e rádio comunitária em reacção à crise de cólera e desinformação em Mogovolas

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Os populares da vila sede do distrito de Mogovolas sob grande nível de desinformação acerca da origem da cólera, incendiaram na manhã desta Sexta-feira (13.12.2024), o centro de saúde local, que inclui um bloco cirúrgico recém-construído, além de um posto policial integrado ao hospital e a Rádio comunitária de Mogovolas.

Além dessas estruturas, os cidadãos também demoliram a casa particular do secretário do comité distrital do partido Frelimo.

A situação agravou-se pelo facto de um agente económico local ter sido assassinado por malfeitores e apoderam-se de valores monetários.

Não é a primeira ocorrência em que a população desinformada em relação à cólera danifica infraestruturas. Em duas ocasiões, o Centro de Tratamento da cólera foi alvo de destruição, e em uma das vezes, doentes que estavam em tratamento foram resgatados, contribuindo para a propagação da doença nas comunidades. Além disso, a residência dos profissionais de Médicos Sem Fronteiras sofreu vandalismo e tiveram bens furtados, levando à suspensão das actividades da organização na região. A população justifica o vandalismo afirmando que a cólera e os óbitos registados no distrito desde Outubro, quando a doença foi oficialmente declarada, estão relacionados ao governo, em particular aos profissionais de saúde, vistos como responsáveis pela disseminação da enfermidade.

O Administrador do distrito de Mogovolas, Emmanuel Impissa, afirma que a propagação de informações falsas sobre a cólera tornou-se uma preocupação no distrito.

“A falta de informações claras sobre a causa do surto de cólera no distrito é um dos factores que desencadeou a revolta da população, resultando na destruição do centro de saúde. Além disso, houve o caso do homicídio de um empresário local, que após o qual os agressores subtraíram os seus pertences”, afirmou o administrador do distrito, que acrescentou que, em conexão a esse crime, algumas pessoas já foram detidas, incluindo cidadãos comuns e membros do Partido PODEMOS, acusados de serem responsáveis pela instabilidade actual em Mogovolas.

“Em relação a isso, um dos criminosos foi detido pela polícia. Entretanto, algum tempo depois, alguns parentes do empresário falecido e membros do partido Podemos dirigiram-se ao Comando Distrital, supostamente para libertar o homem que teria cometido o homicídio do agente económico, com a intenção de fazer a justiça pelas próprias mão,” esclareceu o Administrador do distrito, Emanuel Impissa, em uma entrevista ao Rigor, e prosseguiu:

“Durante o período em que a família do empresário e os membros do PODEMOS estavam à frente do comando distrital, a polícia fez uma tentativa de dispersão. Nesse contexto, os moradores, rapidamente, atearam fogo ao centro de saúde, resultando na danificação da sala dedicada ao tratamento de doenças diarreicas, do bloco operatório recém-construído, da rádio comunitária, da residência do primeiro secretário, entre outras instalações”.

Lembre-se que até a semana passada, onze pessoas foram consideradas mortas devido à cólera em quase 260 registos da enfermidade. As autoridades de saúde na província mencionaram que estão enfrentando dificuldades para tratar os pacientes, pois muitos se negam a procurar o hospital devido ao alto nível de desinformação. Elina Eciate e Redacção

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1 Comment

1 Comments

  1. José Luís Simão

    Dezembro 14, 2024 at 5:19 am

    Uma pura anarquia em Moçambique.

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