Ciclone Chido: Casuarinas e canoas desaparecem na ressaca do Ciclone Chido em Chocas Mar

O Ciclone Chido, no distrito de Mossuril, na província de Nampula, provocou o aumento dos níveis do mar, levando consigo todas as embarcações utilizadas pelos pescadores da região.

Além das embarcações, principalmente canoas, que estavam ancoradas ao longo da costa, o Chido arrasou barracas de artesanato na praia de Carrusca em Chocas Mar e removeu Casuarinas que se desenvolviam ao longo da beira-mar. Todos os empreendimentos turísticos localizados nas imediações da praia foram afectados pela maré-alta, contaram nossas fontes.

Conforme o Administrador do distrito, Alfredo Machaieie, “o Chido começou a se fazer sentir, por volta das três da madrugada, mas no mar.  O que fez com que a maré subisse e levasse as embarcações que estavam ancoradas à beira-mar”, disse e prosseguiu.

“Nós já tínhamos comunicado as pessoas para retirarem as embarcações, infelizmente nem todas as pessoas conseguiram e algumas embarcações foram arrastadas, desapareceram mesmo, outras embarcações conseguiram manter-se no local, mas foram destruídas parcialmente”, contou o Administrador do distrito de Mossuril, Alfredo Machaieie.

Os pescadores de Mossuril, que ficaram sem as suas embarcações, expressam tristeza pela perda e afirmam estar desorientados, uma vez que não possuem a quem recorrer para apoiar na recuperação dos seus barcos.

“Perde o meu barco, não só eu sozinho, todos os meus colegas perderam os barcos.  No local onde eu guardo o meu barco, nenhum barco ficou, todos foram levados.  Para alimentar a minha família, eu dependia daqui, assim que os barcos fossem levados, terei dificuldades como sustentar a minha família. Não será fácil voltar a trabalhar, porque não temos quem nos apoiar”, disse Afito Amisse, pescador do distrito de Mossuril.

Outro pescador entrevistado foi João Mucuele, disse que não tinha conhecimento sobre a passagem do ciclone tropical Chido, factor que fez com que perdesse as suas embarcações.

“Eu não tinha conhecimento do ciclone e não fomos avisados, porque se eu tivesse conhecimento, iria tirar os meus barcos daqui. Com a destruição dos barcos, estou mal assim, não tenho como trabalhar para sustentar a família, porque não estudei e não tenho outro trabalho”.

Além de impactar desfavoravelmente os pescadores, o ciclone Chido também afectou os comerciantes de produtos artesanais, na praia de Carrusca em Chocas Mar.

“Eu sou vendedor de missangas. Perdermos alguns matérias, mas nem tudo está estragado. Algumas matérias estão molhados, não tem como reutilizar, porque têm certos materiais que não dá para usar quando estão molhados, falo de porta-jóias e peneiras”, disse André Jamal, um vendedor de artesanato na Praia de Carrusca em Chocas Mar.

Entretanto, o Rigor teve conhecimento de que quando o Chido entrou na província de Nampula através do distrito de Memba, já estava debilitado.

Inicialmente, a expectativa era de que Chido atingisse a província como um ciclone de categoria 5, mas a sua classificação foi reduzida para 4, que corresponde a uma tempestade tropical forte. Em Moçambique, as autoridades estimam que o ciclone, que teve Pemba, como seu epicentro. Depois de Nampula , segue Niassa. Mas segundo soubemos, no Niassa o mesmo chega com uma intensidade consideravelmente menor; no entanto, a presidente do INDG, Luísa Meque, continua a solicitar que sejam tomadas as devidas precauções.

“ Apesar de estar a enfraquecer, queremos chamar atenção para que realmente, não haja travessia de pessoas ao nível dos rios, porque uma vez que os ventos enfraquecem, logo a seguir, teremos muita chuva e em função desta chuva que nós teremos ao nível das duas províncias, devemos estar atentos para evitar a travessia em rios e algumas pontecas que possam existir ao nível das duas províncias”. Vânia Jacinto