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Polícia ameaça estudantes da UniLúrio e suspende protesto por direitos e dignidade dos médicos em formação.
Os estudantes do curso de medicina da Universidade Lúrio, a primeira instituição de ensino superior pública localizada em Nampula, que planificaram uma greve para hoje (4 de Abril), tiveram seu objectivo cancelado devido à intervenção da polícia, conforme relatado por Felisberto Xavier, presidente do Núcleo estudantil da instituição em Nampula, que denunciou ameaças por parte das autoridades policiais.
“Recebi chamadas de três indivíduos diferentes que se apresentaram como comandantes da polícia. Na primeira ligação, solicitaram que não fizéssemos manifestações no campus da UniLúrio, na segunda ligação sugeriram que a manifestação ocorresse no exterior do campus e, na terceira ligação, também de um comandante da polícia, avisaram para que a gente não pense em qualquer tipo de manifestação”, disse o representante dos estudantes da UniLúrio que afirmou que a sua associação havia providenciado a comunicação as autoridades policiais, conforme determina a legislação vigente.
A fonte disse que a sua agremiação não compreende as razões pelas quais foi negado o direito de manifestar. “Questionamos o motivo, mas não obtivemos uma explicação clara. No entanto, não iremos desistir”.
Na realidade, os alunos não realizam estágio há cerca de cinco meses, comprometendo a sua formação profissional, devido à sua exclusão por longos períodos de atraso no pagamento aos professores do Hospital Central de Nampula, uma situação que persiste nos últimos três anos.
As reivindicações dos estudantes estão igualmente ligadas a denúncias de assédio sexual, corrupção, nepotismo e o baixo desempenho da reitora da referida universidade, a senhora Leda Florindo Hugo.
No início, os alunos haviam determinado o final de Março como prazo máximo, após passarem o período sem respostas, decidiram ser suficiente e começaram hoje a greve, sem previsão de encerramento.
A greve dos estudantes da UniLúrio, também, evidencia que a Universidade não conseguiu cumprir as orientações do ministro do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, Daniel Nivagara, que visitou Marrere no último dia 15 de Março e se comprometeu a resolver as reivindicações dos estudantes.
Felisberto Xavier, O Presidente do núcleo de estudantes da Universidade em Nampula, afirmou que a instituição não demonstra interesse em solucionar os conflitos internos que afectam os estudantes, estando a organizar uma manifestação para exigir a resolução dos problemas não resolvidos na universidade.
“Nós, como alunos, percebemos o desinteresse da instituição em resolver os conflitos. Diante disso, sentimos a responsabilidade de agir, pois não há perspectivas de mudança se não tomarmos uma atitude”, disse e continua: “Lembro-me da última reunião com o Ministro da ciência e tecnologia, onde foram feitas várias promessas em relação aos estágios dos estudantes e sua remuneração. No entanto, após uma reunião entre estudantes, decidimos que, caso as promessas não fossem cumpridas, íamos protestar. É o que faremos, e se não obtivermos uma resposta satisfatória, continuaremos a pressionar.”
Xavier diz que a falta de compaixão pelo próximo se deve à má qualidade de ensino da UniLúrio, e argumenta que os dirigentes da instituição têm seus filhos a estudar no exterior, o que faz com que se preocupem menos.
“Na raiz disso tudo está a ausência de interesse, trata-se de uma questão de compaixão pela dignidade humana, provavelmente porque os filhos, sobrinhos não frequentam essas instituições de ensino superior, não residem aqui em Moçambique, estão no exterior e estudam nas escolas mais privilegiadas do país e por aí vai, então, neste lugar só existem camponeses que somos nós, e nós não temos acesso à educação, ou, por outro lado, é estarmos no Norte, porque acredito que se fosse em Maputo ou nas grandes cidades, penso que a situação seria tratada de outra forma”. Elina Eciate
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