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Mortes de cólera sobem para onze em Mogovolas e preocupam autoridades
Governo é incapaz de fazer atendimento comunitário devido à desinformação sobre a doença
Os órgãos de saúde na província de Nampula informaram que estão em diálogo contínuo com as comunidades do distrito de Mogovolas para retomar as actividades comunitárias impactadas pela cólera, visando a distribuição de purificação de água.
Devido à cólera que afecta o distrito de Mogovolas, o total de óbitos resultantes do surto atingiu onze. Estas informações indicam que, nas últimas duas semanas, quatro indivíduos faleceram em decorrência da cólera, somando-se a sete, já contabilizados anteriormente, num total de 257 casos confirmados da enfermidade, apesar de o sector de saúde contar com os meios suficientes nas unidades sanitárias para atender casos de cólera.
As visitas comunitárias para atender a situação da doença que se regista com intensidade nas comunidades, tem se tornado complicada devido à desinformação.
As comunidades de Mogovolas, acreditam que a cólera é transmitida pelas autoridades de saúde.
“A questão da desinformação naquele distrito tem se intensificado, o que tem dificultado nossa entrada na comunidade para distribuir os purificadores de água e assegurar que cada família receba um frasco. Actualmente, possuímos aproximadamente 10 mil frascos, o que seria suficiente para atender, ao menos, todas as famílias da vila sede do distrito de Mogovolas, que conta com cerca de 50 mil moradores. No entanto, lamentavelmente, não conseguimos realizar a entrega desse purificador de água e, neste momento, estamos negociando com as comunidades para obter a autorização do sector de saúde para podermos levar os purificadores às suas comunidades”.
A falta de informações precisas sobre a origem da cólera no distrito de Mogovolas levou à destruição, em duas ocasiões, do Centro de Tratamento da Cólera. Além disso, a situação levou a destruição da residência dos médicos da ONG Médicos Sem Fronteiras, que se viram obrigados a deixar a região em busca de protecção.
Além disso, após o ataque e a destruição do Centro de Tratamento de cólera, as famílias resgataram seus parentes do hospital e os levaram para casa, acção que as autoridades de saúde entenderam como um agravamento da propagação da doença.
Entretanto, as autoridades de saúde já atribuíram a eclosão da doença a problemas relacionados à escassez de água, ligada a avaria no sistema de fornecimento de água na sede do distrito de Mogovolas, levando os moradores a consumirem água dos rios.
Segundo Geraldino Avalinho, chefe do Departamento de Saúde Pública na província de Nampula, as vítimas eram doentes que haviam sido levadas pelos seus familiares, quando a comunidade destruiu o Centro de Tratamento de Cólera, sob a alegação de que o local era onde a cólera era criada.
“As informações que recebemos indicam que todos os óbitos ocorridos nas comunidades com surto activo estavam associados a diarreia e vómito, e esses pacientes não foram atendidos em unidades sanitárias e não apresentaram nenhum sintoma clínico claro. Isso sugere que esses indivíduos morreram devido à cólera na comunidade”.
De acordo com Avalinho, após a destruição do Centro de Tratamento de Cólera, o distrito de Mogovolas tem observado entre 5 a 7 novos casos diários da enfermidade. Por essa razão, o sector de saúde emite um alerta sobre a possibilidade de um aumento no número de óbitos, com a fragilidade criada com o abandono dos médicos sem fronteiras de Nametil na sequência da violência registada no distrito.
“Estamos um pouco acima de 10 óbitos que incluem os quatro óbitos que aconteceram fora da unidade sanitária, tanto que é uma preocupação e enquanto a roda continuar tal como está neste momento, nós infelizmente não vamos conseguir fazer intervenções comunitárias e vamos ouvir e registar mais óbitos comunitários”. Vania Jacinto
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