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Morgue do Hospital Central de Nampula colapsa sob pressão de mortes relacionadas a manifestações
Nas últimas 38 horas, a morgue do Hospital Central de Nampula recebeu 21 cadáveres em resultado da brutalidade policial.
A Morgue do Hospital Central de Nampula enfrenta uma superlotação, não conseguindo acomodar mais corpos devido ao aumento de mortes, sendo alguns originados de diferentes sectores hospitalares e outros da comunidade em razão das manifestações.
Apenas para contextualizar, nas últimas 38 horas, a morgue do Hospital Central de Nampula recebeu 21 cadáveres em resultado da brutalidade policial durante as manifestações em curso. Dentre esses, 17 vieram da comunidade e 4 corpos pertencem a pessoas que não sobreviveram às complicações causadas pela gravidade de suas feridas.
O Hospital Central de Nampula recebeu 116 pessoas feridas. Esses números diferem dos reportados pelo Ministro do Interior na noite passada. Pascoal Ronda afirmou que em todo o país, ocorreram 236 incidentes de violência severa, resultando em 21 mortes, incluindo 2 agentes da polícia, além de 25 feridos, sendo 13 civis e 12 membros das forças de segurança.
A situação em Nampula é extremamente preocupante. Segundo o director do maior hospital da região Norte, Cachimo Mulina, entre os falecidos encontram-se dois agentes da polícia da República de Moçambique.
“Durante este período que referimos chamou-nos a atenção a entrada de 21 corpos. Esses 21 corpos 17 chegaram na comunidade, chegaram mortos e outros 4 foram óbitos intra hospitalar , foram pessoas que nem levaram sequer 20 ou 30 minutos no nosso banco de socorro, foram doentes que chegaram extremamente graves. Isso é lamentável, mas é o que aconteceu.
Mas chamou-nos a atenção de 17 corpos vindos da comunidade, vindo dessas todas as situações que estão a acontecer no país” disse Cachimo Mulima.
Segundo o director do HCN, actualmente o Serviço de Urgência está sob pressão devido à falta de profissionais de saúde, apesar de haver equipes adequadas formadas para lidar com os casos de emergência. Cachimo Mulina mencionou que tanto a equipe médica do Hospital Central quanto as ambulâncias estão enfrentando dificuldades para acessar o Hospital, devido à proibição de circulação de veículos.
“Cada vez mais está diminuindo o pessoal que temos para cobrir o serviço de urgência, porque há pessoas que, por exemplo, ontem todo dia estavam nas casas e foi muito difícil chegar ao hospital, porque não havia lugar para eles poderem passar para o hospital. Mesmo assim nós colocamos os nossos meios de transportes, as ambulâncias em número de três ambulâncias que estão a funcionar. Mas está difícil chegarmos nesses lugares”, lamentou o director do HCN.
“Nós pedimos que deixem passar estes meios de transportes que vão buscar os doentes, tanto aos colegas, que deixem passar nas vias públicas para poderem levar o doente para a unidade sanitária e se for necessário um técnico para reforçar a nossa equipa, chegue a tempo e hora para fazer os nossos trabalhos”. Vânia Jacinto
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