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HAIYU MINING é acusada de falta de transparência e escândalo ambiental na extracção de minerais em ANGOCHE e MOMA

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O Pesquisador do Centro de Integridade Pública, Rui Mate aponta o dedo acusador a empresas Haiyu Mining, que actuam na extracção de ilmenite e zircão nos distritos de Angoche e Moma, de estar a faltar informações adequadas às comunidades sobre questões ambientais e por falta de transparência na exploração de recursos minerais.

Durante a realização de um workshop promovido pela empresa de mineração subordinado ao tema “Recursos Naturais e Governança”, Rui Mate criticou a Haiyu Mining por não ser transparente em questões ambientais e na divulgação de informações relacionadas a aspectos fiscais, sociais e de governança.

Segundo o pesquisador, em um estudo recente sobre as actividades de extracção de ilmenite e zircão realizadas pela empresa de mineração em termos ambientais, os resultados foram desanimadores: “Particularmente este ano, faz dois a três meses que visitei uma das áreas mineradas, no distrito de Angoche e não fiquei satisfeito com o que vi. Para recuperar aquela área, a empresa simplesmente plantou Casuarinas. Apenas plantar Casuarinas não está correcto. Isso não está conforme o que é planificado para a recuperação das áreas e, além disso, há uma legislação que estabelece que as empresas devem reservar dinheiro enquanto estão realizando a mineração, para que, no encerramento da mina, tenham capacidade de recuperar”, afirmou Mate durante um debate.

Além dos problemas ambientais, Mate, que concedeu uma entrevista exclusiva ao final do evento, também repreendeu a empresa por não fornecer informações às comunidades e aos pesquisadores de diversas organizações que frequentemente buscam detalhes sobre a actividade de mineração.

“Neste ano, estamos realizando uma colecta de dados e solicitando que as empresas nos forneçam informações fiscais, sociais e ambientais. O prazo limite para entrega era 30 de Maio e, até o momento, a empresa em questão não nos forneceu essas informações, ao contrário das demais. No passado, ela costumava ser mais colaborativa, porém agora está se mostrando menos transparente, o que poderá impactar negativamente na avaliação que faremos”.

Mate sugere que as empresas actuantes na indústria de mineração em Moçambique, especialmente na província de Nampula, sigam a legislação tanto antes quanto após iniciar suas operações. Segundo ele, é necessário realizar um levantamento das espécies nativas existentes numa determinada área antes de iniciar a exploração. Além disso, é importante considerar também as características do relevo e tomar medidas para sua preservação. Antes de iniciar a mineração, é essencial documentar a situação inicial da área por meio de fotografias. Durante a extracção dos recursos do subsolo, é fundamental garantir que, ao final do processo, a vegetação nativa seja restabelecida. Dessa forma, a área poderá se regenerar e se desenvolver ao longo do tempo.

João Titos, em nome da Associação Pesqueira de Moma, solicitou maior transparência e o cumprimento rigoroso tanto das obrigações ambientais quanto sociais. De acordo com ele, as empresas de mineração no distrito de Moma não estão cumprindo integralmente as acções prometidas durante a instalação, focando apenas na recuperação das áreas exploradas com casuarinas e negligenciando as espécies nativas.

“Expresso essa opinião porque não temos certeza de que eles estão seguindo rigorosamente o plano estabelecido. Ao invés de replantar com espécies nativas, eles optam por casuarinas, o que não contribuirá para o bem-estar da população a longo prazo. Não é apenas a empresa HAIYU, mas todas as empresas devem assumir sua responsabilidade ambiental. Além disso, esperamos que contribuam para o desenvolvimento socioeconómico da região, o que certamente trará impactos positivos.”

Além de exigir que as empresas cumpram com suas responsabilidades, a organização de pescadores em Moma está denunciando a morte de golfinhos no mar do distrito de Moma, especificamente nas áreas de Pilivili e Mpako. “Mesmo sem recursos para realizar um estudo ambiental, ambas as empresas estão poluindo muito o mar. Em Moma, nos anos de 2021 e 2022, foram registadas a morte de 3 golfinhos e 2 baleias no mar e suspeitamos que tenham sido mortos a exploração em Pilivili e Mpako, o que pode representar uma ameaça para as espécies marinhas locais”, denunciou João Tito, representante da associação.

Porém, a maioria das comunidades locais denunciou a falha na execução dos planos de responsabilidade social, assim como a falta de comprometimento e seriedade da maioria das empresas contratada pela Haiyu, acusando-as de  serem pro-Haiyu em vez das comunidades, apesar de boa parte delas ser formada por consultores moçambicanos que deveriam manter uma postura neutra ao lidar com questões tanto de responsabilidade social quanto ambientais.

Lopes Cocotela se destaca como um dos líderes do distrito de Angoche. Segundo ele, as empresas têm demonstrado falta de compromisso no cumprimento das actividades dos projectos que beneficiam a comunidade. Em nenhum projecto de responsabilidade social as empresas conseguiram cumprir os prazos estabelecidos, o que prejudica o andamento do próprio plano de responsabilidade social.

O líder disse esperar que após este evento, que todas as empresas contratadas pelas empresas actuem com dedicação e responsabilidade.

Mesmo diante das acusações que pairam sobre sua companhia, Vivaldo Jossay minimizou as perguntas dos jornalistas e simplesmente se limitou a advertir. “Devem ter cuidado, ou vão perder pontos”, afirmou Vivaldo Jossay, que trabalha como pesquisador de Comunicação na empresa Haiyum Mining, sem mencionar exactamente a que privilégios se referia.

Ele dedicou a maior parte do tempo para destacar as realizações da empresa nos distritos de Moma e Angoche. Ele elogiou os esforços da empresa na área da responsabilidade social, afirmando que estão contribuindo para melhorar a qualidade de vida da comunidade

“Estamos a fazer a melhorar a qualidade de vida da comunidade, a electrificação, aumento de Escolas para qualidade de ensino, criamos cooperativas de associação, catapultaram o pescado, visto que aquela zona é de natureza pesqueira. Eles não tinham sítio para guardar o seu pescado, agora temos uma cooperativa onde eles vão conservar os seus pescados. Encontramos pontos fracos, na caminhada que são as vias de acesso, sabe-se que nós trabalhamos em zonas de dunas e a comunicação persistente.” Vânia Jacinto

 

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