Connect with us

DESTAQUE

CDD reivindica medidas urgentes para proteger a infância em Cabo Delgado

Publicado há

aos

O Centro para Democracia e Direitos Humanos , em Cabo Delgado, expressa preocupação com a fragilidade das crianças diante dos recentes ataques que acontecem em Macomia, e solicita acções efectivas do governo para proteger as crianças.

Já se passaram sete anos desde o início do conflito na região de Cabo-Delgado. Até agora, pessoas desconhecidas invadem e destroem sem discriminação, sendo as crianças as principais vítimas desses ataques.

Durante uma entrevista concedida ao nosso periódico, Abdul Tavares, que actua como coordenador do Centro para Democracia e Direitos Humanos  em Cabo Delgado, afirmou que, diante das acções realizadas pela sua organização, tem se deparado com diversas crianças em situações extremamente precárias nos centros de acolhimento.

Segundo ele, essas crianças não têm permanecido na escola, acabando por interromper o processo de ensino e aprendizagem e resultando em total abandono. Isso ocorre porque essas crianças acabam perdendo a esperança ao enfrentar dificuldades para retornar à escola, principalmente por não estarem em um local definitivo e terem que retornar a qualquer momento com suas mães para suas áreas de origem devido à situação em que se encontram.

A organização não governamental está preocupada com a situação de vulnerabilidade das crianças, devido aos ataques que ocorreram no mês passado em Macomia.

“As autoridades têm o dever de proteger as crianças, principalmente em situações de ataques, garantindo condições adequadas nas áreas onde estão as crianças para terem acesso aos serviços essenciais, como a educação. É importante considerar também os aspectos psicológicos das crianças durante esses processos. Os governos locais devem apoiar essas crianças para se adaptarem melhor a essa realidade, especialmente em cenários de conflito. A presença do governo é fundamental nesse papel de protecção e assistência”.

De acordo com Abdul Tavares, os ataques ocorridos em Maio afectaram mais de 4.234 pessoas, a maioria delas crianças.

Uma circunstância adicional que contribui para a vulnerabilidade das pessoas, incluindo crianças em comunidades e áreas de acolhimento, é a saída da maioria dos funcionários, em particular professores e profissionais de saúde, da região, causando uma lacuna na prestação dos serviços essenciais.

“Os serviços oferecidos estão com limitações e temos observado, por exemplo, as saídas de diversos profissionais, tanto da área da educação quanto da saúde, que estão deixando o local devido a este conflito em busca de áreas tidas como seguras. Dessa forma, a prestação desses serviços está comprometida dentro deste contexto geral”.

De acordo com informações do CDD, actualmente, devido à saída dos funcionários do Governo, a prestação de serviços essenciais está sendo assegurada por Organizações Não Governamentais em vez do governo.

“As organizações não governamentais, são as que têm melhores condições para responder às vulnerabilidades, entretanto, isso não quer dizer que as organizações locais não ajudam no trabalhado lá no terreno, porque são elas que conhecem melhor as dinâmicas sociais e culturais e económica local. É um dado muito importante e pelo facto dessas organizações terem pessoas que sabem falar a língua local e que sabem interagir com as populações deslocadas”. Vânia Jacinto

Continue Lendo
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Mais Lidas