SOCIEDADE
Eduardo Jaime bata diz que a mão humana está por trás da escassez de chuvas em Nampula

O geógrafo de Moçambique, Eduardo Jaime Bata, destaca que a escassez de chuvas na província de Nampula é consequência das actividades humanas, especialmente devido ao desmatamento das florestas, impactando a variabilidade climática e alterando os padrões de precipitação.
“Se observarmos há 20 anos, em 2004, a cidade de Nampula apresentava um padrão de ocupação diferente do actual. Nesse contexto, quando menciono o crescimento da cidade, não estou me referindo apenas à presença ou ausência de infraestruturas que definem essa noção urbana, mas sim à questão da ocupação populacional. Nampula é uma cidade que se expande em todas as direcções.”
Para Eduardo Jaime Bata, a variabilidade climática e alterando os padrões de precipitação estão relacionados a aspectos ligados à urbanização e à industrialização, além das queimadas incontroláveis e da agricultura em grande escala.
“É importante considerar a questão da mineração, especialmente a que é classificada como artesanal ou em pequena escala, devido ao método que utiliza. Esse tipo de actividade geralmente acarreta a devastação de grandes áreas de floresta, e essa destruição muitas vezes não é acompanhada de uma recuperação adequada”, afirmou, lembrando que qualquer análise das alterações climáticas na província de Nampula ou em qualquer outra cidade deve ser feita sob uma óptica global, e não se restringir apenas a fenômenos e climas locais.” , disse e continuou:
“Se observar, perceberá que há cerca de 10, 15, 20, 30 anos ou mais, a época de chuvas começava em Outubro e se estendia até Março, com as últimas precipitações ocorrendo em Abril. Actualmente, estamos testemunhando uma alteração nesse padrão, pois as chuvas não começam mais necessariamente em Setembro ou Outubro, como era habitual, mas concentram-se, principalmente, em Dezembro, com um aumento mais significativo a partir de Janeiro, Fevereiro e Março”, afirma o geógrafo.
Ele ressalta que esse período também coincide com a ocorrência de vários ciclones, resultado da formação de sistemas de baixa pressão que afectam o clima tanto em terra quanto no mar.
Esta mudança está associada a várias actividades realizadas pelo Homem”. Eduardo Jaime
Bata, professor de Geografia no Instituto Superior de Transporte, Logística e Telecomunicações da Universidade Rovuma,em Nacala-Porto, destaca a importância de acções imediatas para conter o abate desmedida de árvores na província de Nampula. Ele enfatiza que é essencial envolver todos os principais agentes da sociedade para compreender os efeitos negativos que essas práticas irregulares têm sobre o meio ambiente.
“O papel não corresponde apenas ao governo ou ao Estado; se buscarmos uma abordagem mais ampla, essa responsabilidade recai sobre toda a sociedade. As comunidades, as ligações locais, as instituições de ensino, as universidades e a mídia têm um papel crucial. Ademais, é importante apresentar propostas que considerem alternativas para as comunidades, que em grande medida dependem desses recursos para sua reprodução social.” Vânia Jacinto
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