SOCIEDADE
Marrufo diz que VM7 está num dilema difícil: desapontar seguidores ou perpetuar a batalha sem esperança

O académico e defensor dos Direitos Humanos, Marufo Sumaila, diz que Venâncio Mondlane está a viver um dilema complicado: desistir das suas lutas e arriscar desapontar os seus seguidores, sendo visto como um traidor, ou continuar com a mobilização de manifestações, preservando o apoio popular, mas sem a esperança de obter conquistas, o que poderia ser uma batalha sem propósito.
Marufo Sumaila acredita que, após a divulgação dos resultados e a consequente posse do Chefe de Estado, Daniel Chapo, qualquer reivindicação que possa ser levantada por Venâncio Mondlane, ex-candidato nas eleições de 9 de Outubro, em busca da verdade eleitoral, é extemporânea.
Segundo Sumaila, se Venâncio Mondlane decidir persistir nas suas demandas, manterá uma parte de seu público leal, mas não encontrará uma solução viável, além das frequentes mortes de seus apoiantes. Por outro lado, se optar por desistir ou se juntar ao governo do Presidente Chapo, poderá alienar seu público, sendo visto, assim como Albino Forquilha, como um traidor.
Diante desse impasse, o académico vê a aliança com o governo de Daniel Chapo como a alternativa mais viável. Embora inicialmente possa ser visto como um traidor, a partir do momento em que alguns resultados favoráveis se tornarem visíveis à população, ela reconhecerá a relevância dessa decisão e retornará ao seu lado, pois o objectivo é o bem-estar colectivo.
Marufo acredita que a inclusão de certas ideias do manifesto de Venâncio Mondlane no discurso inaugural do presidente Daniel Chapo demonstra uma disposição em colaborar com diversas ideias, independentemente de suas origens políticas, desde que visem o bem-estar do povo moçambicano.
Em contrapartida, Marufo Sumaila considera que uma das razões para o insucesso da trajectória de Venâncio Mondlane foi a ausência de apoio do partido Podemos, que apoiou a sua candidatura.
Segundo o especialista, o Podemos evidenciou de maneira explícita que não está a apoiar as ideias de Venâncio, desde o momento em que permitiu que seus parlamentares, eleitos nas eleições de 9 de Outubro, assumissem os seus cargos. Essa atitude representa uma aceitação categoricamente dos resultados anunciados pelo Conselho Constitucional em 23 de Dezembro, e, consequentemente, uma separação em relação à sua causa, que versa sobre a integridade eleitoral.
“Aliás, desde os primeiros momentos, o podemos mostrou-se distante do Venâncio, é só ver que com a morte do Elvino Dias e Paulo Guambe, o partido não se pronunciou, sabendo que estes, estavam ao serviço do PODEMOS”, observou Sumaila, responsabilizando as decisões de Venancio Mondlane.
Segundo ele, Venâncio Mondlane também teve a sua parte de responsabilidade, uma vez que ao firmar os acordos com o partido PODEMOS, não considerou que nenhum acordo pode se sobrepor às leis estabelecidas no país.
Para o activista dos direitos humanos, as manifestações que ocorreram após as eleições de 9 de Outubro representaram um verdadeiro risco para todos os cidadãos moçambicanos que possuem opiniões divergentes, resultando em perseguições incessantes.
Em uma longa entrevista, Marrufo critica as autoridades policiais pela frequência dos episódios de violência, além de destacar a atitude da sociedade, especialmente no que diz respeito à prática da justiça pelas suas próprias mãos, assim como os actos de vandalismo e saques a instituições, tanto públicas quanto privadas. Ele argumenta que essas acções não vão ao encontro dos fundamentos da declaração dos direitos humanos. Celso Alfredo
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