POLÍTICA
Conselho Nacional da Renamo entre apelo à coesão e exigência de Congresso Extraordinário

O presidente da Renamo, Ossufo Momade, apelou esta quinta-feira (16), em Nampula, à coesão interna do partido como condição essencial para disputar com sucesso as eleições gerais de 2028 e 2029. Falando na abertura da 2.ª Sessão Ordinária do Conselho Nacional, o dirigente pediu disciplina, respeito pelos estatutos e reforço da organização.
“Qualquer diferença não pode estar acima do nosso objectivo maior, que é vencer as eleições e governar Moçambique”, declarou Momade, perante conselheiros nacionais, antigos secretários-gerais, representantes de partidos políticos e convidados.
O líder da oposição reconheceu que a Renamo tem atravessado momentos difíceis, desde o encerramento e vandalização de delegações até à instabilidade causada por divergências internas, mas assegurou que a direcção se manteve firme. “Sempre respeitámos os nossos estatutos, realizámos congressos e conferências, porque a prioridade é manter o partido vivo e funcional”, sublinhou.
No mesmo discurso, Momade denunciou ainda a corrupção na administração pública, considerando inaceitável a existência de mais de 63 mil funcionários-fantasma. “Moçambique não é um país pobre, é empobrecido por ladrões que roubam os impostos dos moçambicanos”, afirmou, exigindo que essas vagas sejam entregues à juventude. Para o dirigente, o desemprego juvenil é um dos maiores dilemas sociais e uma ameaça à estabilidade do país.
Já o presidente da Liga da Juventude da Renamo, Ivan Mazanga, defendeu que só um Congresso Extraordinário poderá resgatar o partido da actual crise política e estrutural. Falando na II Sessão Nacional, o jovem dirigente pediu coragem para tomar decisões “cirúrgicas e ousadas” que devolvam a confiança ao eleitorado. “Nosso partido está em lágrimas, mas este Conselho Nacional pode devolver a esperança dos moçambicanos, em particular da juventude”, afirmou.
Ivan Mazanga sublinhou que a Renamo se afastou do povo e precisa de se reconciliar com as suas bases. “É preciso olhar para dentro de nós, com honestidade, e fazermos o que deve ser feito. Sem o povo, hoje somos número três e amanhã poderemos não ser nada”, advertiu.
Para o dirigente juvenil, os resultados eleitorais de 2024 representaram um dos piores momentos da história do partido. “As eleições foram um desastre total. Hoje a Renamo é a terceira força político-eleitoral. Isso é inaceitável para uma organização com a nossa dimensão histórica”, criticou.
Mazanga apelou ainda à unidade, mas rejeitou exclusões internas, defendendo que a luta contra o regime só pode ser feita com inclusão. “Na luta pela mudança não há inúteis nem dispensáveis. Enquanto esta luta continuar, não deve haver espaço para ressentimentos”, disse.
Entre o apelo de Ossufo Momade à coesão e o clamor da juventude por um Congresso Extraordinário, o Conselho Nacional em Nampula expôs as diferentes visões sobre o futuro da Renamo: esperar até 2029 ou avançar já com mudanças profundas para resgatar o partido. Redacção
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