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Arcebispo de Nampula aponta riquezas mineiras como raiz do terrorismo em Cabo Delgado

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Em uma recente entrevista ao Vatican News, o Arcebispo de Nampula e Presidente da Conferência Episcopal de Moçambique, Dom Inácio Saúre, expressou sua descrença de que o terrorismo em Cabo Delgado seja motivada apenas por razões religiosas. Ele acredita que as riquezas presentes na região são os principais factores por trás do conflito.

O arcebispo de Nampula, Dom Inácio Saúre, afirmou que não é mera coincidência que a eclosão do conflito armando em Cabo-Delgado comece igualmente com a extracção do gás natural.

“Dizemos que são os jihadistas, mas não creio que sejam a única motivação para esta guerra. Há os recursos da zona; o gás, em primeiro lugar, mas não só: há minas de minerais estratégicos como a grafite, por exemplo, em Balama, que são cruciais para as novas tecnologias e para a transição energética. É por isso que não sabemos, de facto, qual é a verdadeira causa desta guerra. Será apenas de carácter religioso? Penso que não. Por outro lado, o conflito eclodiu mais ou menos coincidindo com o início da exploração do gás natural”.

Durante a mesma entrevista, Dom Inácio mencionou que, em virtude da extrema pobreza que aflige a maioria da população moçambicana, existiam preocupações de que o conflito se espalhasse pelo país.

“Grande parte de Moçambique vive em paz, mas existe o receio de que a instabilidade no Norte se possa alastrar ao resto do país, alimentada pela pobreza extrema, especialmente entre os jovens desempregados, sobretudo nas cidades”.

De acordo com Dom Inácio, uma parte significativa de jovens rurais transferiu-se para os centros urbanos, porém não conseguiu obter emprego, o que, na sua visão, representa um sério obstáculo para o desenvolvimento do país.

“Este é, entre outras coisas, um grande desafio a nível pastoral. O ideal seria criar oportunidades de formação profissional para estas pessoas. A Igreja, por si só, não tem os meios para o fazer”.

E por que a maioria dos deslocados de Cabo Delgado se refugia na província de Nampula, Dom Inácio, diz que a Nampula está a ter uma grande pressão na sua população com a chegada de mais pessoas, o que coloca sob grande pressão.

“ A capital da província onde a guerra está a decorrer, Nampula é a província que acolheu a maioria dos refugiados que fogem da violência. É um desafio, porque Nampula é a província mais populosa do país e o súbito acréscimo de milhares de pessoas tem colocado problemas às estruturas da zona”. Redacção

 

 

 

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