SOCIEDADE
Acácias e muros de vedação da cidade de Nampula tornam-se sanitários públicos
Em Nampula, observa-se um aumento no número de cidadãos que utilizam as acácias e muros da cidade para satisfazer as suas necessidades biológicas. O Conselho Municipal de Nampula tem consciência dessa situação, embora afirme que a questão está prestes a ser resolvida, visto que já foi aberto um concurso público para a construção de quatro sanitários públicos na cidade.
“A situação de falta de sanitários públicos é, de facto, preocupante, ao resultar em cheiro de urina nas ruas. Todos nós caminhamos por essas vias e sentimos esse problema. Já pedimos a instalação de quatro sanitários públicos para iniciar a melhoria, mas ainda não temos locais definidos, pois aguardamos a aprovação do financiamento. Nosso trabalho consiste em identificar as áreas com maior incidência desse problema na cidade, mas até o momento não temos locais específicos”, afirmou Stefan Miguel Marcelino, Vereador de Infra-Estruturas, Urbanização e Meio Ambiente no Conselho Municipal de Nampula.
Além das edificações tradicionais, o Conselho Autárquico da Cidade de Nampula, por meio da empresa Municipal de Saneamento de Nampula, EMUSANA, pretende comprar uma quantidade não determinada de sanitários móveis, com o objectivo de preservar as acácias e muros de vedação, que actualmente são alvo de urina.
“Na última sessão do Município, foi autorizada a obtenção de um empréstimo bancário, sendo que uma das destinações desse recurso é a edificação de sanitários públicos. Simultaneamente, temos incluído no nosso plano e orçamento a compra de sanitários móveis por meio da EMUSANA. Este projecto já faz parte do plano e um concurso já foi lançado, mas estamos enfrentando dificuldades financeiras para realizá-lo.
Durante uma pesquisa realizada por nossa equipe, em várias ruas e avenidas mais movimentadas da cidade de Nampula, foi possível observar que urinar em uma árvore de acácia ou em muros de vedação está se tornando algo comum.
De acordo com João Trinta, um munícipe entrevistado pelo Rigor sobre a carência de sanitários públicos em Nampula, “a necessidade de urinar na rua surge da ausência de um sanitário apropriado. Se houvesse um local adequado, as pessoas poderiam usá-lo. É verdade que algumas pessoas agem de forma inadequada e urinam nos muros, isso é comum, mas o principal problema é a falta desses banheiros públicos.”
Esta fonte solicitou um aumento na quantidade de sanitários públicos. “É necessário incrementar o número de sanitários em pontos estratégicos da cidade.”
Mariamo Palácio de Massingue,expressa sua preocupação com a grande quantidade de urina em locais inadequados na cidade de Nampula e solicita a intervenção das autoridades competentes para reverter esse quadro. Segundo ele, embora a cidade enfrenta uma escassez de sanitários, os poucos disponíveis não proporcionam as condições de higiene necessárias para o uso adequado.
“Nossos dirigentes falham em estabelecer todas as condições essenciais para garantir a limpeza dos sanitários, especialmente em relação à disponibilidade de água. É frequente entrar em um banheiro e deparar-se com a falta de água e de produtos indispensáveis para a higiene, levando as pessoas a urinarem nas ruas”, afirmou, solicitando a acção para mudar essa situação.
O Vereador do Pelouro que vela por Infra-estrutura, Urbanização e Meio Ambiente no Conselho Municipal de Nampula, Stefan Miguel Marcelino, anunciou que o município já possui o plano para a construção de quatro sanitários. Segundo a fonte, após a finalização da obra, o Conselho Municipal realizará campanhas de consciencialização entre os cidadãos para orientá-los sobre o uso adequado desses espaços. Aqueles que desrespeitarem as normas, como sujar as acácias e/ou as paredes dos muros ao longo da cidade, poderão ser multados.
“Realizamos algumas trocas de experiências com outras cidades e soubemos que em locais como Beira, quem é pego cometendo esse tipo de infracção é multado. Isso nos levou a reflectir: devemos multar alguém que não possui opções? Antes de aplicarmos multas, é essencial que tenhamos garantias de que a pessoa tenha alternativas disponíveis. A nossa abordagem será priorizar a instalação de sanitários, além de promover a consciencialização antes de partirmos para medidas punitivas e cobrança de multas”, comentou o vereador.
O Conselho Municipal de Nampula alerta que, além da cidade em si, as acácias e muros são utilizados para a prática de fecalismo a céu-aberto, especialmente em relação à urina, as autoridades governamentais demonstram crescente preocupação com outras situações, principalmente em relação à poluição nas margens dos rios que atravessam a cidade.
Stefan Miguel Marcelino afirma que em resposta a isso, por meio de um projecto de Desenvolvimento Urbano no Norte de Moçambique, implementado por parceiros de cooperação, a autarquia de Nampula está elaborando um plano de gestão da drenagem urbana, que resultará em estratégias que ajudarão a mitigar essa questão.
“Esse plano vai definir quais são as acções para serem desenvolvidas nesses cursos e com isso teremos igualmente uma acção de sensibilização da comunidade, porque uma das formas de proteger esses recursos é abandonar o fecalismo a céu-aberto.” Losângela Mussa
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