Seguidores de Venâncio Mondlane forçam paralisação de algumas ruas da cidade de Nampula

Membros e simpatizantes do partido PODEMOS e de Venâncio Mondlane, trajando roupas pretas em Nampula, afirmaram que não existe revolução sem sacrifício e manifestaram a sua disposição de entregar as suas vidas pela causa revolucionária.

Nesta Quarta-feira (20.11.2024), entre 12h e 12h15, eles se expressaram no primeiro dia de tributo às 50 pessoas que morreram nos últimos dias em decorrência das manifestações organizadas por Venâncio Mondlane.

Em Nampula, no dia inaugural dos três dias de luto nacional em homenagem às vítimas da brutalidade policial, os seus seguidores de Venâncio tomaram as ruas mais movimentadas da cidade, como a Avenida de Trabalho e Paulo Samuel Kankhomba. Neste período, de 15 minutos, das 12h às 12h15, o tráfego ficou interrompido por.

Ao contrário do que Venâncio Mondlane havia convocado, informando que entre 12h e 12h15 seus apoiadores que possuíssem veículos deveriam buzinar, em Nampula, ninguém se dispôs a agir por vontade própria. Assim, os jovens simpatizantes optaram por bloquear as ruas de forma espontânea, ergueram barricadas, como pelo menos assistiu-se na Avenida Samuel Kankhomba, resultando na interrupção do tráfego.

É fundamental mencionar que em todos os lugares onde ocorreu essa paralisação, a polícia esteve presente. Diferentemente dos dias anteriores, não recorreu à violência; em vez disso, limitou-se a observar e a garantir a segurança das pessoas que estavam ali no momento.

Os 15 minutos de interrupção e os sons das buzinas ocorreram em um ambiente de grande tranquilidade, em contraste com o que foi observado em etapas anteriores dessas manifestações organizadas por Venâncio Mondlane.

“Obedece às ordens do presidente, porque queremos mudanças, queremos um novo governo, queremos oportunidades para os jovens. Sempre numa revolução, há mortes, não tem como, independentemente das coisas que estão acontecer, vamos continuar a marchar”, afirmou Gabriel Diniz, um dos jovens que protestava, o qual é também vendedor ambulante nas proximidades do Mercado Central de Nampula.

“Eu sou a favor da luta de Venâncio, .pois estou farto de viver em condições precárias e, mesmo se ele [Venâncio Mondlane] pedisse que andássemos despidos, eu o faria, porque o que está acontecer em Moçambique é algo que nos toca profundamente”, afirmou um jovem vendedor de pães que preferiu não ser nomeado.

Mateus Gamito, que também é vendedor ambulante de acessórios para telemóveis no Mercado Novo, revelou estar muito contente e encorajado pela declaração de luto nacional feita pelo seu ídolo, Venâncio Mondlane, em homenagem às vidas que se foram nos últimos dias.

“A iniciativa de prestar homenagens aos que morreram, é muito boa e ele tem boas ideias, eu acho que com ele na presidência, teremos um futuro melhor. Em Moçambique as coisas não estão bem e nós queremos mudança, sem isso não vamos parar de marchar, mas para isto acabar deve ser feita a justiça eleitoral, e é o que todo mundo quer”,  afirmou o jovem Mateus Gamito. Vânia Jacinto