Roque Silva sobre crispações internas rumo às eleições de Outubro – “há critérios para a escolha de cabeças-de-lista”

Nos vários encontros em que tomou parte na província de Nampula, o Secretário-Geral da FRELIMO foi confrontado com mensagens, segundo as quais os “camaradas” ao nível da base já identificaram o candidato certo para a corrida eleitoral.  Por causa desses desejos locais, muitas vezes não coincidir com a vontade das lideranças do Partido, nalgumas autarquias de Nampula está instalado um ambiente de crispação pelo facto de as preferências estarem a divergir. No distrito de Mossuril, uma nova autarquia de Nampula, Roque Silva colocou a questão da escolha de cabeças de listas em pratos limpos, apontando os critérios de identificação dos candidatos. Referiu que é obrigatório que os membros do Partido Frelimo saibam respeitar a democracia, que consiste em eleições internas. Explicou que nesse exercício podem até existir várias ideias ou propostas, mas uma só pessoa deverá ser eleita. Sendo assim, exige-se que aquele que for destacado deve receber o apoio de todos sem perigar o espírito de união e coesão dentro do Partido.

Informou que a direcção máxima da Frelimo está envolvida num processo de elaboração de directrizes que vão determinar os perfis do candidato. Adiantou que essa figura que deve ser eleita cabeça de lista deve reunir consensos, ter a sensibilidade de trabalhar para o desenvolvimento da autarquia sem, no entanto, distinção da raça, cor partidária ou religiosa.

Roque Silva está a visitar a província de Nampula no quadro dos preparativos das bases do seu partido rumo às eleições autárquicas previstas para o mês de Outubro próximo. Para o efeito, realizou encontros com os membros, simpatizantes e a população em geral, incluindo os líderes comunitários e religiosos.

Segundo fez saber o próprio secretário-geral da FRELIMO, o objectivo é mobilizar os potenciais eleitores a aderir ao recenseamento eleitoral. Pretende-se, ainda, vender o “peixe” da FRELIMO, uma formação política que se autointitula a dona do “desenvolvimento” de Moçambique.

Nesta digressão, Roque Silva apelou a união e coesão entre os membros, afirmando que a união e a coesão dentro do partido visa, essencialmente, garantir que a participação do partido nas eleições seja gloriosa, sob o risco de beneficiar os adversários, que já estão atentos aos erros da Frelimo.

O secretário foi obrigado em alguns desses encontros a recorrer da Bíblia, ou seja, do livro de Romanos, capítulo 13, versículo 1, para apontar que a escolha dos dirigentes é uma questão da vontade de Deus e se alguém não for escolhido não significa que não seja útil para o Partido, mas é importante estar atento às futuras oportunidades.

Redacção