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SOCIEDADE

Nampula aplaude condenação de Manuel Chang e exige punição para todos os corruptos

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Na cidade de Nampula, os cidadãos consideram favorável a sentença do ex-ministro das finanças do Governo de Armando Guebuza, Manuel Chang, no entanto, ressaltam ser crucial que todos os envolvidos no esquema sejam levados a julgamento e condenados por participarem de tais actos ilícitos.

Apesar dos anos de cadeia ainda não terem sido determinados, um Comunicado do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, refere que cada um dos crimes pode valer ao ex-ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, 20 anos de prisão.

Ele é acusado de ter recebido 7 milhões de dólares em subornos para assinar garantias em nome da República de Moçambique para assegurar o financiamento das empresas ProÍndicus, EMATUM e MAM, pesando para ele os crimes de conspiração para fraude eletrónica e conspiração para lavagem de dinheiro.

“Em minha opinião, seria benéfico se todo o grupo envolvido fosse chamado para prestar esclarecimentos, já que ele afirmou nos Estados Unidos que não agiu sozinho”, afirma Nelson Juma, um dos munícipes entrevistados por nós e que compartilha essa mesma visão.

Sem mencionar indivíduos específicos, Juma diz que alguns dos envolvidos no crime ligado a Chang possuem protecção legal, sendo crucial aguardar o momento oportuno para que eles também tenham a chance de revelar ao público sabendo a respeito das dívidas ocultas.

“Esperamos que acabe o mandato deles e que o Tribunal convoque todos os envolvidos nessas dívidas ocultas. O governo precisa ser incisivo para garantir que ninguém fique impune e todos os responsáveis prestem esclarecimentos à população sobre o que aconteceu”, concluiu Nelson Juma.

“A prisão e subsequente condenação de Manuel Chang marca o início de um processo de responsabilização de demais envolvidos. Todos conhecemos quem são esses envolvidos, todos testemunhamos o teatro de julgamento interno das dívidas ocultas. O que o sistema judicial dos Estados Unidos precisa fazer é seguir trabalhando incansavelmente para neutralizar os outros envolvidos nesse colapso do Estado”, afirmou outro munícipe de Nampula que optou por não se identificar, destacando que o julgamento de todos os envolvidos nas dívidas será um passo crucial, tanto para a justiça quanto para a população, a qual foi a principal prejudicada e sente até hoje, o impacto negativo causado pelas dívidas.

Apesar de ser benéfica para a justiça e para os cidadãos moçambicanos que há tanto tempo aguardavam pela justiça americana, um dos entrevistados afirmou que a condenação de Chang não terá impacto na redução da pobreza, visto que os indivíduos de baixa renda permanecerão pobres e os ricos mais ricos.

“A sentença de Chang, de facto, representa um acto de justiça, por ser responsabilizado pelas suas acções que causaram desgraça. No entanto, mesmo com essa condenação, a situação continua a mesma: os pobres permanecem na pobreza, os ricos continuam ricos, os jovens continuam desempregados. É sabido que Moçambique já teve fábricas que agora estão fechadas, como a fábrica de descasque de arroz e a fábrica de descasque de castanha, entre outras. Com essa condenação, essas fábricas poderiam estar funcionando e empregando os jovens. Portanto, apesar de representar um sinal de justiça e chamar a atenção para outras questões, essa condenação não trouxe benefício algum”, declarou. Losangela Mussa

 

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