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Morre Padre que aspirava ser  governador de Nampula

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Morreu, no último Sábado, em sua casa no bairro de Namutequeliua, em Nampula, em condições misteriosas, o Padre Fernão, que nas eleições de 9 de Outubro passado, disputou o cargo de Governador de Nampula, representando o Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

O cadáver do político e sacerdote foi encontrado por sua irmã, que vive próximo de sua casa. Ela estranhou o seu sumiço ao amanhecer, já que ele sempre costumava enviar uma mensagem de vida para a família nas primeiras horas do dia, uma vez que morava sozinho.

As circunstâncias que levaram ao falecimento permanecem incertas, motivo pelo qual a família solicitou a realização de uma autópsia, que acontecerá nesta Segunda-feira (11.11.2024), antes do velório agendado pela Igreja Católica para começar às 10 horas de Terça-feira (12.11.2025), com a Missa de corpo presente na Sé Catedral de Nampula. Em seguida, o velório terá lugar no Cemitério dos Padres Diocesanos, localizado no Seminário Propedêutico Mater Apostolorum de Nampula-Nampaco.

Lembre-se de que, antes da sua morte, no início da campanha eleitoral para as eleições de 9 de Outubro, onde o Padre Fernão Magalhães Raúl, participou como candidato ao cargo de governador, a Arquidiocese de Nampula o ameaçou com a imposição de uma sanção canónica de suspensão a divinis, o que acarretaria a perda da capacidade de realizar actos relacionados aos direitos e ao poder conferidos pelas ordens sagradas na Igreja Católica.

Nessa altura, em um amplo comunicado feito pelo Arcebispo da Arquidiocese de Nampula, Dom Inácio Saúre, a Igreja esclareceu que “a candidatura do Reverendíssimo Padre Fernão Magalhães Raúl, ao cargo de Governador de Nampula, é um assunto exclusivamente pessoal e nada tem a ver com a Arquidiocese e toda a Igreja Católica”.

Segundo a igreja, na época dos acontecimentos, a escolha dele para se candidatar ao posto de governador ocorreu sem a aprovação de seu superior, o arcebispo de Nampula, que afirmou ter descoberto essa informação por meio das redes sociais.

“Se o Reverendíssimo Padre Fernão Magalhães Raúl, persistir na sua decisão, a Igreja poderá impor-lhe a pena canónica de suspensão a divinis, isto é, de proibição do exercício de actos de direitos e de poder adquiridos das ordens sagradas e se o fizer, poderá ser-lhe aplicada uma pena mais grave, sem excluir a possibilidade de perda do estado clerical”, refere o comunicado que explica que, “dada a sua indisponibilidade para o exercício das funções de Pároco de Cazuzu, o Reverendíssimo Padre Fernão Magalhães Raúl, cessou essas funções e a Paróquia ficará sob o governo pastoral interino do pároco da vizinha Paróquia, de Santa Ana de Cazuzu, Paróquia de Nossa Senhora das Graças de Murrupula”.

No entanto, ainda em vida, o Padre Fernão Magalhães Raúl teve a oportunidade de reagir ao apelo da Igreja Católica, sobre a sua desvinculação na actividade canónica.

Numa entrevista ao Rigor, o  Padre Fernão Magalhães Raúl, teria afirmado ter decidido se candidatar ao cargo de Governador de Nampula, com uma consciência clara, considerando todos os direitos, que possuía segundo a actual Constituição da República de Moçambique.

“Fernão é um cidadão, não é acéfalo. Tem identidade moçambicana e goza de direitos protegidos pela Constituição da República e de sensibilidade política e liberdade de escolha”, disse na altura o padre Fernão, para quem“ Se nós não trabalharmos, ninguém fará por nós. É preciso que nos sacrifiquemos em favor deste povo.”

Após a divulgação dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições de Nampula e, posteriormente, pela CNE ao nível central, ficou evidente a desvantagem do padre e de seu partido, sem que se soubesse se ele havia voltado à vida canónica.

Entretanto, a Secretária geral do MDM,  informou que, nos dias recentes, o padre costumava reclamar de desconfortos no coração. Contudo, não há confirmação se essa era a razão da sua morte ou não.

Os nampulenses estão ansiosos pela realização de uma autópsia, prevista para ocorrer nesta Segunda-feira, antes do funeral.

“Nós não podemos avançar agora quais são as causas que levou com que o nosso companheiro perde-se a vida muito cedo, mas o que podemos aqui avançar é que ele nos últimos dias já vinha se queixando de problemas de coração” Referiu Leonor Lopes Secretária-geral do MDM, referindo que o MDM perdeu uma grande biblioteca, pois apesar de ter ficado  pouco tempo na sua formação política, deixa grandes lições de vida.

Em relação às circunstâncias em que soube da sua morte, a irmã do falecido fez declarações à imprensa, explicando: “Eu saí da minha casa em direcção ao mercado, passei pela casa do meu irmão encontrei a porta fechada e o meu regresso a porta continuava fechada, tentei ligar para o celular dele estava desligado, foi daí que liguei para o meu pai e irmãos eles informaram-me que ele não falou com nenhum deles, achei estranho, foi daí que pedi as chaves ao meu pai para abrir a porta, mas estava fechada por dentro, pedi para o meu rapaz subir o muro e abrir do lado de dentro, quando lá chegamos, encontramos o meu irmão deitado no chão” Vânia Jacinto e Redacção.

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