SOCIEDADE
Moradores de Murrapaniua invadem propriedade privada para construir mercado do povo

A onda de ocupações e parcelamento irregular de terrenos privados na cidade de Nampula persiste. Nesta Quinta-feira (06.02.2025), os moradores do bairro Murrapaniua, no Posto Administrativo de Natikire, invadiram e dividiram uma área particular na famosa região do Colombo, com a justificativa de que se tratava de um local há anos desocupado, anteriormente utilizado para actividades agrícolas.
Os populares afirmam que a propriedade era de titularidade da Empresa João Ferreira dos Santos (JFS).
A ocupação aconteceu após uma reunião popular, onde muitos solicitaram um local para realizar as suas actividades comerciais.
“Estamos focados em criar um mercado popular. Essa iniciativa nasceu da comunidade; realizamos uma reunião e decidimos ocupar este armazém, que não está em uso desde a época colonial,” afirmou um dos entrevistados, chamado João Juma.
A comunidade está ciente da propriedade do terreno e age com total consciência. “Esse terreno pertence ao João Ferreira dos Santos, que não o utiliza há anos. Como está abandonado, as pessoas vieram até aqui fazer um mercado, uma vez que muitos não conseguem encontrar um lugar para vender e garantir o seu sustento”, afirmou um morador chamado Pedro Manuel.
Ngani Buanamade é uma das pessoas que se beneficiaram do espaço, embora se sinta contente, ela possui algumas incertezas sobre as abordagens que estão sendo adoptadas para a distribuição do local.
“Recebemos este espaço para nos ajudar. Não havia disponibilidade em outros locais, pois já estavam ocupados, e não tínhamos onde comercializar peixe e tomate. Agora estou contente e sou grata pelo local. Espero que não sejamos removidos, pois ainda não temos a posse oficial, nem documentação”.
Actualmente, o local é ocupado por um ancião, que afirma ser o proprietário do espaço. A comunidade, por sua vez, deseja retirá-lo, uma vez que ele impede que os moradores usem o espaço.
“Resido neste bairro há 35 anos e estou nesta casa desde 2013. Adquiri este terreno com o apoio de um familiar que mora em Maputo. Ele comprou este terreno quanto a casa ao lado, com a intenção de utilizá-lo como igreja, onde costumávamos orar, mas actualmente não está sendo utilizado. De repente, hoje, os moradores vieram aqui declarando que não querem a Frelimo; esta casa pertence à Frelimo e começaram a se organizar informando que pretendem criar um mercado”, relatou o idoso chamado João José.
É importante mencionar que o secretário da área, sem oferecer nenhuma justificativa, recusou-se a conceder uma entrevista ao Rigor.
Vale lembrar que o Conselho Autárquico de Nampula já se manifestou sobre a questão das invasões, classificando-as como ilegais e fazendo um apelo aos cidadãos para que se afastem de acções irregulares ligadas à ocupação de propriedades privadas. Vânia Jacinto
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