Mau tempo gera mais um naufrágio em Angoche que matou mais quatro pessoas

Após a morte de cinco indivíduos e 13 pessoas terem se ferido em um naufrágio em Angoche há sensivelmente duas semanas, nesta Quarta-feira (06), mais quatro pessoas morreram coincidentemente, devido a um novo naufrágio.

O acidente marítimo ocorreu nas proximidades da Ilha de Buzo, que pertence ao distrito de Angoche, localizado na região Sul da província de Nampula. No momento do acidente, a embarcação, responsável pelo transporte de pessoas e carga, levava 13 passageiros rumo à Ilha Metubani, partindo da cidade de Angoche, a sede do distrito.

As condições climáticas adversas que afectaram a área são a principal justificativa para o naufrágio, conforme informações obtidas pelo Rigor junto às autoridades locais.

Relembramos que o recente acidente marítimo em Angoche ocorreu há duas semanas, quando uma embarcação que levava principalmente estudantes partiu do bairro insular de Thamole em direcção à cidade de Angoche.

O administrador do distrito de Angoche, Williamo Tunzine, em entrevista exclusiva ao Rigor, referiu que das vítimas mortais uma é uma menor de aparentemente 9 anos e as restantes três são adultos.

“Tivemos conhecimento por volta de, mais ou menos, 13 horas em que uma embarcação naufragou, na Ilha do Buzo. Perderam a vida um número de 4 pessoas, 3 adultos e uma criança de 9 anos. Ontem foram localizadas duas pessoas que perderam a vida no local e outras duas desaparecidas, portanto, esta noite [Quarta-feira]. O barco fazia actividade de transporte de carga e passageiros, saiu da cidade de Angoche para a Ilha de Muitibane com 13 pessoas abordo”, disse.

Williamo Tunzine diz que o maior número de naufrágios que acontecem naquele distrito deve-se, por outro lado, pela falta de cumprimento de medidas de segurança e elevado número de passageiros contra a capacidade das embarcações.

“É complicado gerir embarcações, principalmente quando se trata de zona insular. Porque o que e que acontece, nós podemos a partir da ponte-cais controlar o cenário, os fiscais estão lá, mas por vezes há indisciplina, por parte dos marinheiros. Ao invés de levar aquele número que controlamos aqui, eles passam por outros locais e buscam outras pessoas sem o nosso conhecimento. Neste caso, por exemplo, não tem nada a ver com excesso de passageiros, portanto foi um banco de areia que encontraram na ilha e depois com agitação do mar, mas continuamos sempre a trabalhar”, disse o administrador de Angoche.

Lembre-se de que o Governo de Nampula, após o acidente marítimo que vitimou cerca de 100 pessoas ao largo da Ilha de Moçambique em Abril deste ano, realizou grandes investimentos, fornecendo equipamentos para as autoridades marítimas, que incluem tanto recursos para operações no mar quanto para transporte terrestre, visando intensificar a supervisão em pontos de partida e chegada de embarcações.

Williamo Tunzine disse que o seu governo trabalha a todo vapor, na sensibilização dos marinheiros, informando a observância das normas elementares de navegação marítima.

“Informamos primeiro que todas as embarcações devem reunir condições, falamos principalmente de coletes de salva-vidas para os utentes. Estamos sempre e controlamos e apelamos aos marinheiros para obedecerem isso. Segundo, também, sempre dizemos a eles para controlarem o número de passageiros para não exceder, como no primeiro caso de naufrágio foi devido ao excesso de passageiros. Terceiro, não se faz ao mar quando há agitação no mar”, disse a terminar.

Vânia Jacinto