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Marchal Manufredo propõe conferência urgente para juventude desempregada em busca de paz
O académico moçambicano, Marchal Manufredo, alerta para a necessidade urgente de o Estado convocar uma conferência nacional dedicada aos jovens desfavorecidos, visando unir os jovens sem emprego como uma estratégia para promover a paz no país.
Marchal Manufredo, que ocupa a presidência da Associação de Estudantes, Pesquisadores e Inovadores de Moçambique em Nampula, afirma que sua organização não concorda com a estrutura do diálogo político proposta pelo Presidente da República, que estabelece um formato de quatro contra um ou um contra quatro. Ele acredita que as questões dos problemas do país não devem ser abordadas em espaços políticos.
“Se formos negociar, não devemos fazê-lo com Venâncio, mas sim com os milhares de jovens formados que estão sem emprego, com aqueles que concluíram o ensino técnico e médio, mas que actualmente não têm valor para os desafios que enfrentamos”, afirmou Marchal Manufredo, que acredita que o tipo de diálogo político proposto pelo presidente moçambicano, Filipe Nyusi, não resultará em nada, pois, segundo ele, os processos eleitorais não devem ser objecto de negociação.
“Eu não concordo com a ideia de diálogo. Acredito que devemos buscar consensos. O consenso envolve reconhecer os desafios de Moçambique e dos moçambicanos como questões colectivas e aceitar que as manifestações são legítimas, além de garantir que a polícia sirva aos manifestantes em vez de agir em favor dos partidos políticos”.
Marchal propõe que a conferência seja promovida pelo governo de Moçambique, mas para uma questão de maior participação, seria mais adequado que uma entidade da sociedade civil, reconhecida mundialmente por sua actuação, fosse eleita como a hospedeira. Marchal diz que uma dessas organizações deveria ser convidado a organizar a referida conferência deveria ser o Centro de Integridade Pública (CIP). A seguir, estão as justificativas para essa proposta:
“Há uma entidade que considero consistente e clara é o CIP. O governo deveria convocá-los para obter auxílio na mobilização da juventude em todo o país. O objectivo não é apenas escutar as associações, mas sim ouvir directamente os jovens, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade, saber as suas opiniões e quais são as suas visões para o futuro da nação. Esses jovens possuem ideias e têm as suas razões para se manifestar,” afirmou Marchal Manufredo.
O presidente da Associação de Estudantes, Pesquisadores e Inovadores de Moçambique, em Nampula, afirmou que as manifestações que o país enfrenta actualmente, embora tenham surgido após as eleições, não estão relacionadas a essas eleições. Segundo ele, a origem dos conflitos está no afastamento do governo em relação às questões que afligem a nação, especialmente no que diz respeito aos jovens, que se sentem excluídos dos processos de desenvolvimento. Para ele, ao atender às necessidades dos jovens, o país estaria avançando significativamente em direcção à sua pacificação.
“O governo se afastou consideravelmente dos jovens, que expressam a sua insatisfação pela falta de apoio estatal nas dificuldades e batalhas quotidianas que enfrentam. Assim, a luta deve ser colectiva, não restrita àqueles que se consideram proprietários da nação ou aos partidos políticos, mas sim abrangendo a todos”, afirma Marchal Manufredo, que acredita que “o caos no país não é resultado das eleições em si, mas sim da falta de preparação para realizá-las, que gera conflitos”.
Marchal Manufredo afirma que as eleições municipais de 2023 revelaram que o país não estava devidamente preparado para os pleitos deste ano, o que levou ao conflito logo após a sua realização. Segundo Manufredo, antes das eleições presidenciais de Outubro, era fundamental que o país resolvesse diversas questões complicadas com antecedência.
“O país não estava pronto para as eleições. Eu mencionei isso ao apresentar meu livro em Maputo. Era fundamental que a Comissão Nacional de Eleições, junto aos órgãos judiciais e outros actores do processo eleitoral, se desprendesse da política para desempenhar as suas funções”.
Marchal Manufredo concluiu a conversa que teve com o Rigor fazendo um apelo aos líderes políticos moçambicanos para que se manifestem e partilhem as suas opiniões sobre os acontecimentos, uma vez que a falta de suas vozes intensifica as incertezas entre os cidadãos. “É essencial que se manifeste alguma opinião. A situação está se tornando insustentável, o país está fora de rumo”. Raufa Faizal
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