Alegando Segurança das Instituições Estatais: PRM impõe interdições nas principais avenidas da cidade

Faltando apenas dois dias para o encerramento da fase 4×4 das manifestações organizadas pelo candidato à presidência Venâncio Mondlane, a polícia de Nampula interditou a passagem em alguns troços de algumas das principais avenidas da cidade, restringindo o tráfego de pessoas e veículos.

Entre as principais avenidas, ressaltam-se dois locais na avenida Eduardo Mondlane: um é a residência oficial do Governador da Província de Nampula e o outro está nas duas pistas que levam ao comando Provincial da PRM de Nampula e ao edifício do Partido Frelimo.

Na Rua da Independência, próximo ao edifício do Conselho Executivo Provincial, e em uma das vias da avenida 25 de Setembro, onde se encontra a Direcção Provincial de Obras Públicas, onde trabalha o Secretário de Estado da Província de Nampula.

Os munícipes de Nampula questionam a situação, ao perceberem que seus direitos de se deslocar livremente pelas vias públicas estão sendo desrespeitados. Para alguns deles, essa não é uma realidade recente, uma vez que já enfrentaram restrições ao passar pelos passeios dos edifícios oficiais onde residem os governadores provinciais em diversas províncias do país, uma prática que persiste até os dias actuais.

A seriedade da situação actual deve-se ao facto de que a restrição se estende às vias públicas, intensificando a apreensão da população em relação à restrição de seus direitos.

Sem gravar entrevistas, motoristas também descreveram a situação como desordenada e solicitam um diálogo mútuo e imediato entre o Governo e os partidos políticos, além de reivindicar que as demandas expressas nas Manifestações sejam atendidas.

Segundo a porta-voz da Polícia da República de Moçambique, essa acção visa evitar que os manifestantes causem danos ou ataquem instituições e residências protocolares situadas em áreas protegidas. “O bloqueio de certas avenidas em Nampula, sobre o qual não posso fornecer muitos detalhes, é uma estratégia de segurança que implementamos na província de Nampula. Isso se deve, de facto, às manifestações”, afirmou Rosa Chauque.

Além de garantir a segurança em locais estratégicos da cidade, a corporação afirma que está constantemente presente em todos os espaços públicos onde acontecem as manifestações, visando prevenir a participação em manifestações violentas.

“Gostaríamos de reafirmar nossos pedidos sobre a participação nessas manifestações que têm se desviado para a desordem pública e actos de vandalismo, tanto nas ruas quanto em lojas. Pedimos que essas pessoas optem por manifestações pacíficas e se abstenham de comportamentos destrutivos”. Vânia Jacinto e José Luís Simão