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Manifestações podem transformar crianças em adultos problemáticos, diz sociólogo Óscar Namuholopa 

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O sociólogo moçambicano, Óscar Namuholopa, alerta que o país arrisca formar uma geração indisciplinada e bélicos, devido à exposição das crianças a actos de violência provocadas pelas manifestações convocadas por Venâncio Mondlane, candidato presidencial do Podemos nas eleições do passado 9 de Outubro.

Segundo o sociólogo, a participação de crianças em manifestações não apenas infringe seus direitos, mas também as expõe a cenas de feridos e mortos, daí que a presença de crianças representa uma séria violação, pois, devido à sua faixa etária, elas não possuem o direito de voto, o que as impede de reivindicar em condições de igualdade com os eleitores.

Além disso, Óscar Namuholopa aponta que as crianças arriscam vivenciarem traumas psicológicos, especialmente aquelas que foram expostas a actos de vandalismo, agressões ou roubos, podem se transformar em adultos violentos e desorientados.

“O envolvimento de crianças nas manifestações representa uma postura prejudicial para as suas vidas quanto para a sociedade como um todo. Ao crescerem, essas crianças podem aprender a ver a violência como algo aceitável. Temos observado a gravidade da violência nas manifestações, resultante em pessoas feridas e até mortas. Durante esses eventos, ocorrem diversos episódios de crimes e todo tipo de agressão possível nas manifestações que temos presenciado. O facto de isso acontecer na frente de crianças é bastante preocupante”, afirmou Namuholopa.

Óscar Namuholopa reprova essa postura, que vê como prejudicial, uma vez que, em sua opinião, tira o direito e a liberdade das crianças, o que pode ter um efeito adverso em seu desenvolvimento saudável.

“As crianças que presenciam manifestações aprendem a ver a violência como algo comum, especialmente aquelas que estão na fase escolar. Por isso, é fundamental serem educadas para cultivar o amor ao invés do ódio em relação aos outros”, afirma o sociólogo, ressaltando que se as manifestações continuarem, o futuro poderá ser de uma sociedade violenta, onde a criança considera natural agredir, roubar e até tirar a vida de alguém.

O sociólogo Óscar Namuholopa sugere que os pais e encarregados de educação exerçam a sua função estimulando conversas abertas e sinceras com seus filhos, além de transmitir a importância de se manter longe da violência e das manifestações.

“Os pais e cuidadores devem, assim, incentivar as suas crianças e filhos a evitarem participar de manifestações, pois o perigo de que voltem feridos ou não voltem é elevado, considerando o grau de violência. Eles podem ser atingidos, seja de maneira intencional ou acidental, durante as tentativas de contenção das manifestações”.

O sociólogo afirma que para acabar com as manifestações violentas, especialmente aquelas que envolvem crianças, é fundamental a acção do governo. Diante da actual situação de Moçambique, a única alternativa viável para resolver essa questão é estabelecer um diálogo entre o governo, o partido responsável pelas manifestações e seu candidato à presidência.

“Fazemos um apelo ao governo para que, inicialmente, essas manifestações acabem e que se estabeleça um espaço para o diálogo, permitindo que os envolvidos encontrem uma solução. Se essas manifestações persistirem, arriscamos voltar a um Estado onde os indivíduos se comportam como lobos entre si, agindo com base em suas próprias vontades. Isso resultará na consagração de um egoísmo que prioriza apenas interesses pessoais, sem considerar os direitos dos demais”. Vânia Jacinto

 

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