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José Luzia destaca a nomeação de Simona Brambilla como um avanço histórico para a liderança feminina na Igreja Católica
O Padre Português José Luzia, com mais de 50 anos de ministério em Moçambique, considerou a nomeação da Irmã Simona Brambilla como Prefeita do Dicastério, feita pelo Papa Francisco na Segunda-feira (6 de Janeiro de 2025), um momento relevante para a Igreja Católica enquanto resposta à marginalização das mulheres nos postos de liderança da maior igreja do Mundo.
Entretanto, ele enfatiza que essa acção não é suficiente, e que a igreja deve continuar a implementar reformas que permitam que as mulheres possam ser ordenadas como presbíteras, e até bispas.
Na função de Prefeita do Dicastério para Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, a Irmã Simona Brambilla terá a tarefa de supervisionar todas as congregações religiosas da Igreja Católica no mundo.
José Luzia afirma que a escolha é inovadora, já que, anteriormente, os altos postos do Vaticano eram apenas preenchidos por cardeais, enquanto as mulheres permaneciam completamente à parte, mesmo possuindo grande potencial.
Apesar dessa nova abordagem, Padre Zé Luzia expressa a sua expectativa em relação ao Papa Francisco. Ele acredita que é fundamental que as mulheres na Igreja Católica sejam admitidas ao sacerdócio pleno, como os homens, tal como acontece em outras denominações religiosas do Mundo como, por exemplo, as Igrejas Presbiterianos e a Igreja Anglicana.
Desde antes da publicação de seu livro “Uma Igreja de todos e de alguém”, em 2012, o padre José Luzia tem se empenhado fortemente na defesa dos direitos das mulheres, advogando a sua inclusão e visibilidade nas actividades pastorais.
“ Como eu digo no meu livro e com experiências bem concretas, não das altas responsabilidades, como a que agora é confiada à Irmã Simona Brambilla, mas como o que muito espontaneamente fui fazendo no Marrere onde uma mulher, chamada Maria Helena, que foi anciã da comunidade, era uma excelente pastora, com um carisma magnífico, mesmo para a presidência da liturgia dominical e, até de celebrações penitenciais. Como a Maria Helena, sem dúvida nenhuma há muitas mulheres com esta capacidade. Claro que a Maria Helena, como qualquer anciã onde não há padres, presidia celebrações dominicais, sem eucaristia naturalmente, porque não estão ordenadas para isso, mas animar uma comunidade, não significa só presidir eucaristia”.
Outro ponto que o Padre José Luzia espera que o papa Francisco considere é a abolição do celibato obrigatório dos Padres na Igreja Católica. Ele diz que não faz sentido a igreja manter essa prática, enquanto há padres que são pais.
O padre também diz que, como é sabido, em Nampula, há sacerdotes com filhos, mas eles não tomam atitudes em favor da revisão dessa obrigatoriedade.
Era esta também uma decisão que sairia do recente Sínodo da Igreja realizado entre 2021 e 2023, com ampla participação de católicos de todo o mundo, sobretudo de comunidades e grupos mais empenhados na linha renovadora do Concílio Vaticano II que o Papa Francisco agora retomou com grande empenho. Vânia Jacinto
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