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Interrupção do tratamento anti-retroviral leva Nampula a 2.893 mortes em nove meses

Pelo menos 2.893 indivíduos morreram nos primeiros nove meses deste ano na Província de Nampula, em decorrência do HIV/SIDA. Informações indicam que essa quantidade de óbitos se deve ao facto de que 120 mil pacientes interromperam o tratamento anti-retroviral nesse mesmo período.
Segundo Saíde Felix Ossufo, responsável do programa ITS/HIV/SIDA no Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA em Nampula, durante as celebrações do Dia Mundial de Luta contra a SIDA, que foi celebrado neste Domingo (1 de Dezembro de 2024).
Das 2.893 casos de mortes, resultando do HIV/SIDA, 323 óbitos aconteceram em crianças.
“Fazendo uma comparação assim, de forma geral, nós temos a tendência de manter o número de óbitos, quando a comparado ao ano passado e este, não há muita diferença em termos absolutos, más importa referir que nos preocupa como província, ainda continuamos a ter óbitos com pessoas de HIV”.
A fonte diz que a província de Nampula enfrenta o desafio de identificar casos positivos de HIV para garantir o acompanhamento adequado. A fonte destacou que, até agora, a maioria das pessoas descobre que estão infectadas com o vírus do HIV apenas durante as consultas pré-natais, direccionadas principalmente a mulheres grávidas e seus parceiros.
“A componente sócia-económica, a dependência financeira muita das vezes também acaba sendo um factor de recusa ao tratamento. Porque a mulher grávida, a mulher lactante não quer que o seu parceiro saiba que ela tem HIV positivo, com medo de ser neste caso abandonada e perder o casamento. Tanto para taxa de positividade, 53 por cento das pessoas é que conhecem o seu estado”.
Para este ano a província de Nampula planificou testar cerca de um milhão e setecentos pessoas. Até ao momento, a província já testou um milhão e seiscentas pessoas, das quais 38 mil acusaram HIV positivo. Dentre esses, 1.900 são crianças e mais de 35 mil são adultos, incluindo homens e mulheres.
Para enfrentar a situação de abandono de casos de tratamento, o sector tem intensificado campanhas de consciencialização nas comunidades, visando encorajar a população a continuar com o tratamento antiviral.
“Estão sendo realizadas diversas acções em âmbito comunitário, em colaboração com nossos parceiros, e conseguimos desenvolver estratégias que visam atingir essas pessoas. A ideia é que elas participem das intervenções e voltem à unidade sanitária. Temos obtido resultados satisfatórios, já que, como mencionado, 90% dessas pessoas voltaram a utilizar nossos serviços”.
Além dos testes, o sector da saúde busca expandir a triagem nas unidades sanitárias, visando alcançar melhor a população nas comunidades.
“Vamos começar a fazer estratégias para identificação de casos, usando, por exemplo, o auto teste, o qual é um teste rápido não convencional para podermos identificar muitos destes casos que agente tem ao nível da nossa comunidade”. Vânia Jacinto
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