ELEIÇÕES GERAIS 2024
Idosos, gestantes, mães e pessoas com deficiência e albinismo enfrentaram barreiras na hora de votar em Nampula
Pessoas idosas, gestantes e mães com bebês, pessoas com deficiência e albinismo, que têm prioridade ao votar, sentiram-se, marginalizadas, boa parte do dia, em relação à acessibilidade às Assembleias de voto na cidade de Nampula.
Nossa reportagem constactou situações de falta de priorização desta camada, nos postos instalados junto da das Escolas Parque Popular, Cerâmica, Cossore, Mutomote, Namicopo e Belenenses, todas na cidade de Nampula, onde estão escritos 531.909 dos 3.266.882 eleitores inscritos na província de Nampula.
Conforme dados colectados pelo Rigor, apesar de estas camadas terem chegado cedo às urnas, com algumas delas se apresentando por volta das 4 horas, muitas permaneceram por tempo excessivo nas filas sem conseguir votar. Na Escola Parque Popular, até aproximadamente 11h, os MMVs não tinham clareza sobre a priorização dessas classes. Em outros locais, logo após às 10h30, surgiram indícios de inclusão, mas, mesmo assim, o decurso do processo era lento, pela falta de empenho de quem deveria coordenar as filas.
“Chegamos às 4 horas, porém, até agora há barulho, nesta mesa de voto número 1, aqui só existem empurrões, e não temos prioridade mesmo nas nossas condições.” Referiu Joana Abudo, gestante, que a entrevistamos na escola Primária Parque Popular, no pulmão da cidade de Nampula.
“Estou aqui desde às 4 horas, madruguei para votar cedo e regressar a casa, porque de saúde não estou bem, mas sem sucesso, até agora estou aqui na bicha, tenho que voltar a casa para tomar outros medicamentos, mas não sei como e o que fazer, o pior é haver desordem nesta mesa”, lamentou uma anciã de 75 anos, que responde pelo nome de Fátima Langa.
Já na Escola dos Belenenses, alguns indivíduos com albinismo, também se sentiam discriminados.
“Disseram-nos que temos que aguardar na fila das pessoas normais, depois cada um entra da sua vez e ficamos assim, não há prioridade nem para os idosos, nem para as pessoas com deficiência, minha deficiência é visível então não tem como não se perceber, agora disseram que tenho que marcar bicha atendendo e considerando que no ressinto onde estamos não tem sombra então tenho como vou me adequar há isso fico assim, com risco de eu desistir de exercer meu direito de voto, porque não posso colocar em perigo a minha vida”, disse Basílio Cobre, que apresenta o problema de pigmentação da pele.
Potro lado, Mahamudo Mendes, com o mesmo problema disse e citamos: “estou aqui desde as nove até estás horas das dez não fui atendido, sou deficiente e o sol me provoca problemas por isso saí da fila para a sombra, vejo que só os idosos, como também pessoas com outras deficiências mulheres grávidas estão a ser priorizadas”
Afluência recorde em Nampula: Eleitores viram verdadeiros “agentes de organização” nas mesas de voto
A grande afluência de eleitores que se dirigiu às urnas em certas mesas de voto na cidade de Nampula, principalmente nas primeiras horas, colocou os membros de mesa de votos em uma situação desafiadora, levando-os a solicitar o auxílio dos próprios eleitores para organizar as filas e minimizar a agitação daqueles que estavam ansiosos para exercer o seu direito de voto.
O Rigor constatou a alta participação de eleitores nas escolas da Cerâmica, na barragem e na Escola Básica de Namicopo.
“Cheguei aqui desde a manhã, mas não consegui votar ainda. Agora estou na entrada e não sei se poderei. Ele tentou ajudar [outro eleitor] e me ajudou a chegar até aqui,” comentou um eleitor que preferiu manter-se anónimo.
“O que ele fez [apontando para o outro eleitor] é digno de elogio, pois realmente havia uma grande desorganização, sem qualquer tipo de ordem, apesar da presença das autoridades”, afirmou o senhor Amorim, que votou na Escola da Cerâmica em Nampula.
Além desse problema, os eleitores, que foram entrevistados pelo Rigor, expressaram preocupação com a lentidão no atendimento. O STAE, por sua vez, apontou o excesso de zelo como a causa das dificuldades enfrentadas nas primeiras horas da manhã. Elina Eciate, Losângela Mussa e Vânia Jacinto
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