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Há nove salas sem quadro preto na escola secundária de muatala em Nampula

Perto de novecentos estudantes de sete turmas da 9ª classe na Escola Secundária de Muatala, na cidade de Nampula, frequentam as aulas em salas improvisadas debaixo de árvores, sem carteiras e sem quadro preto. Tanto os alunos quanto os professores consideram essa situação como absurda, por comprometer o processo de ensino e aprendizagem.
As turmas da 9ª classe do primeiro turno da escola são as mais afectadas pelo problema de falta de salas de aula. Quatro turmas estão tendo aulas debaixo de árvores, representando um risco de segurança, enquanto outras cinco turmas partilham o ginásio da escola, impedindo a utilização do espaço para actividades físicas, que era o propósito original da sua construção.
Sem a presença de um quadro preto, os professores recorrem a cartolinas e papéis A4 para facilitar a compreensão. Esse cenário se torna preocupante, especialmente nas aulas de cálculo e línguas, como matemática, física, química, português, inglês e francês.
“Para nós, professores de disciplinas de línguas, é desafiador demonstrar o que ensinamos sem o material adequado. A língua precisa ser articulada e compreendida na prática. Quando os alunos conseguem perceber a pronúncia, mas não a escrita, torna-se complicado dinamizar o processo de ensino”, disse um dos professores que prefere não se identificar por motivos éticos.
O Professor exige que haja pelo menos quadros preto nas salas de aula, por acreditar que sem o quadro, os alunos terão dificuldade em absorver o conhecimento.
Segundo ele, “o quadro é fundamental para demonstrar as coisas de forma clara e eficaz, evitando que os alunos tenham dificuldade em compreender”.
De acordo com outro professor, diante da falta de quadro preto, a solução é pedir que os alunos tenham sempre o recurso financeiro para multiplicar brochuras, o que tem se mostrado uma tarefa difícil para aqueles com menos recursos.
“Eu procurei meio-termo para dar as minhas matérias. Muitas vezes tenho dado cópias tanto individualmente quanto em grupo para poderem se preparar. Ao se tratar de um trabalho, disponibilizo um exemplar para tirarem cópia e possam resolver em casa”.
Os estudantes entrevistados se sentem em desvantagem e afirmam que não é fácil estudar ao ar livre, além de ter que se sentar no chão e sem o quadro para ajudar na compreensão da matéria.
“É a primeira vez que estudo sentada no chão. Estamos a enfrentar uma situação nova que nos obriga a mudar nossa rotina de estudos. Sem quadros, fica complicado acompanhar as aulas de matemática. Por muito tempo, os professores pediam uma contribuição de cinco meticais para comprar cartolinas, onde eles escreviam os exercícios para nós copiarmos, facilitando nossa aprendizagem, já que não temos um quadro disponível. No entanto, nem todos têm dinheiro para contribuir. Até agora, apenas ouvimos os professores a falar”.
Um aluno disse que os professores têm estado a usar os Sábados e domingos para ministrar as aulas.
“Não me sinto confortável estudando neste lugar sem quadro preto. O professor de matemática dá aulas aos sábados, já o professor de inglês não aparece devido à falta de quadro, às vezes marca as aulas nos fins de semana ou distribui brochuras. A direcção da escola não fala nada, apenas exige dinheiro para guardar e não toma nenhuma atitude para resolver o problema”.
A direcção da Escola Secundária de Muatala se absteve de fornecer esclarecimentos sobre o caso, sugerindo que procurássemos as autoridades do Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia de Nampula para mais informações. Nelton Sousa
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