Connect with us

DESTAQUE

Governo de Daniel Chapo deverá priorizar a reconstrução e a confiança nas instituições, afirma Nicaquela

Publicado há

aos

O académico moçambicano, Wilson Nicaquela, afirma que o novo mandato governamental, que começa no meio da próxima semana, enfrentará grandes desafios, com a maioria do tempo a ser dedicada à reconstrução das infra-estruturas danificadas e à restauração da confiança da população.

Wilson Nicaquela, em seu comentário ao Rigor, sugere que o novo governo poderá levar até dois anos para lidar com a destruição das infra-estruturas sociais e recuperar a confiança da população. Ele aponta que nem todas as infra-estruturas danificadas no país foram noticiadas pela mídia, portanto, acredita que a extensão total dos danos ainda precisa ser avaliada.

“Acho que os primeiros dois anos de governação de Daniel Chapo, terão que estar focados não no desenvolvimento, mas na reconstrução, porque, na verdade, o país regrediu quase mais do que 10 anos, e se formos a fazer cálculos, quase tudo que foi feito nos últimos dez anos, pode ter sido afectado, mas também se equiparar o que se destruiu e o que se fez nestes últimos anos, parece que a destruição é superior à construção”, disse Nicaquela.

Além da reconstrução, Wilson Nicaquela propõe a elaboração de um plano específico no âmbito governamental, visando fortalecer a confiança da sociedade nas instituições estatais, incluindo a Polícia da República de Moçambique, actualmente “muito desacreditada” aos olhos da população.

“Precisa de haver uma política clara de nível central, para a Polícia voltar a ganhar o respeito mínimo que merece no seio das comunidades, porque neste momento, uma das instituições do Estado que está a mercê do respeito da população, é a Polícia da República de Moçambique, e como se sabe, ela é a primeira instância pela qual, as pessoas recorrem para precaver-se da prática da justiça pelas próprias mãos”.

Nicaquela afirma que, se a Polícia alcançou um grau de desconfiança semelhante ao actual, a ponto de se tornar alvo de críticas populares, o Presidente Chapo deverá empenhar-se significativamente para a sociedade reconhecer que essa força policial é, de facto republicana cujo principal beneficiário não são as autoridades, mas sim o cidadão.

Em contrapartida, Wilson Nicaquela propôs a formação de uma comissão dedicada à verdade e à reconciliação, com a tarefa intensa de ajudar as pessoas a deixarem para trás os eventos passados e as feridas acumuladas ao longo do tempo.
Nicaquela afirma que essa comissão é essencial para abordar esses temas, já que, embora o país tenha estabelecido diversas comissões após os 16 anos de conflito, com o auxílio internacional e a presença de missões de manutenção da paz, bem como o suporte de organizações não governamentais, a memória dos acontecimentos daquela guerra permanece viva. Isso justifica a intensidade dos debates observados no parlamento durante as discussões entre as diferentes bancadas.
“Eis a razão que mesmo no Parlamento, até hoje gente continua a ouvir discursos difamatórios, violentos, onde as pessoas se acusam mutuamente no sentido de que uns e outros, é que praticaram barbáries, assassinatos e outras coisas, então, é importante que a nível central, haja uma comissão, mas que tenha réplica nas províncias, distritos, postos administrativos e localidades, no sentido de se desenvolver o espírito de perdão, na verdade. É necessário haver reconciliação para a gente continuar a sonhar com um Moçambique único”, propõe.
A ausência de uma comissão de verdade e reconciliação resultará na continuidade de situações de tensão no país, colocando em risco a realização do desejo expresso na Constituição da República de construir uma nação unificada e indivisível, desde o Rovuma até Maputo, e do Zumbo ao Índico, considera Nicaquela. Celso Alfredo

 

Continue Lendo
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Mais Lidas