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Falta de fundos ameaça funcionamento do Museu Nacional de Etnologia

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O Museu Nacional de Etnologia (MUSET) em Nampula revelou que enfrenta desafios financeiros que impactam negativamente a realização das suas actividades e o funcionamento habitual da instituição.

Apesar de não ter apresentado um orçamento detalhado capaz de alavancar as suas actividades, o director da Instituição, Adriano Tepulo, mencionou, por exemplo, que o Museu carece de fundos para apoiar a pesquisa e a colecta de artefactos em diversas regiões do país.

“A maioria dos objectos que temos, são da região Norte e pouco do centro, precisamos de uma maior representatividade, na parte do centro e a parte Sul. O que impede é a escassez de recursos, porque é necessário que os técnicos se desloquem ao campo para estudo e levantamento daquilo que pode interessar ao museu para posterior aquisição, documentação e colocação nas salas de exposição. Como sabe, tudo isso acarreta custos”, contou a fonte.

O Director do museu, Adriano Tepulo, disse que a instituição de carácter nacional não deve se orgulhar quando reúne apenas artefactos e objectos de algumas regiões em detrimento das outras. Actualmente o Museu de Etnologia é rico em materiais da região Norte, tendo também uma colectânea de objectos e utensílios da região centro e quase bastante pobre do Sul do país.

Para além da falta de artefactos e objectos de outras regiões, o Museu de Etnologia sonha em necessita de adquirir uma orquestra de timbila, que no mercado varia o seu custo a 600 mil meticais, o que impulsiona mais o fluxo de visitantes, mas a falta de dinheiro, condiciona.

“Não era de fazer-se uma réplica, o que queríamos era de ter uma timbila reconhecida de Inhambane que pudesse nos dar todos os instrumentos que eles têm, porque esses é que têm história para contar e não fazer uma réplica. Se for a se fazer uma réplica, a história é muito curta, nós queríamos sim aquilo que eles estão usando neste momento, eles falavam mais de 60.000 Mt para trazer”.

Actualmente, o Museu exibe um estado de conservação insatisfatório na sua parte externa, com a pintura desgastada e o verde da relva quase ressecada. Questionamos o director se essa falta de cuidado com o jardim estava relacionada às limitações orçamentárias, e ele confirmou positivamente.

A fonte indicou que a manutenção do jardim defronte do MUSET está dependente da água da chuva, por isso, durante a estação seca, evidencia a ausência de cuidados, reflectindo a escassez de água.

Aliás, Adriano Tepulo, disse que para a conservação da relva, exige custos, desde a água para irrigação, tanto para os devidos cuidados, recursos que a instituição não tem.

“Não temos água suficiente para poder regar a relva, portanto essa parte do relvado e para poder sair da situação precisaria de construir-se um tanque subterrâneo a parte frontal e que recolhesse as águas fluviais e durante a chuva colheríamos toda a água para esse tanque e neste tempo seco passaríamos a irrigar o nosso relevado. E isso também acarreta os seus custos, mas quando é tempo chuvoso já o desenho é outro a relva fica meio recuperada e o jardim fica arranjado e é atractivo principalmente para aqueles que lá passam por fora, também os que queiram tirar as suas fotos tempo de casamentos, nos seus aniversários”, explicou o director para depois solicitar apoios por parte do conselho Autárquico de Nampula, cidade onde se localiza o Museu Nacional de Etnologia.

“O primeiro parceiro seria o Conselho municipal porque o Museu faz parte da história desta cidade, nós nascemos juntamente com a cidade, nós existimos desde 1956, mesmo ano que a cidade existe, apenas a diferença de algumas horas, Nampula eleva-se a categoria de cidade no dia 22 enquanto o museu no dia 23 de Agosto”.

O Museu Nacional de Etnografia, apresenta uma vasta colecção de artefactos e objectos que retractam a vida quotidiana e a cultura de todo o país, mas especialmente do Norte de Moçambique, como armas de caça, redes de pescadores, instrumentos musicais, arte maconde, entre outros. Vânia Jacinto

 

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