POLÍTICA
Especialista prevê um desastre na saúde devido à suspensão de financiamento da USAID

O especialista em relações internacionais, Zefanias Namburete, adverte que a decisão dos Estados Unidos em suspender por quase noventa dias, o financiamento de assistência humanitária da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) pode resultar em consequências adversas para os programas sociais do país, especialmente no sector da saúde.
Segundo o especialista, Moçambique ainda não possui condições necessárias nem a preparação adequada para oferecer serviços públicos de forma autónoma, especialmente no sector da saúde, onde a USAID tem fornecido um suporte significativo.
Zefanias Namburete enfatiza que é imprescindível que o país encontre rapidamente uma solução para lidar com essa problemática.
“O significado disso, na realidade, poderá deixar Moçambique vulnerável em relação às intervenções sociais, especialmente nas questões humanitárias. É importante ressaltar que a USAID tem uma actuação significativa na saúde. Assim, acredito que isso resultará em um efeito negativo, uma vez que Moçambique, por um longo período, sobreviveu e seu modelo de governação e políticas públicas de saúde foram elaborados com base em uma abordagem que envolvia essa participação essencial na saúde pública, visando proporcionar auxílio,” afirmou o especialista em entrevista ao Rigor.
O especialista Zefanias Namburete considera desfavorável a decisão de cortar os financiamentos para iniciativas, uma vez que isso pode comprometer vidas humanas. Para ele, a USAID desempenha um papel crucial no suporte financeiro à saúde em diversos países da África.
Contudo, o analista afirma que é fundamental que o governo se empenhe ao máximo para assegurar o bem-estar da população, sem depender de ajuda externa.
“Inicialmente, Moçambique não se deu conta da necessidade de desenvolver a sua própria autonomia em relação à política de saúde pública, tornando-se dependente desses serviços. Era crucial que trabalhassem para estabelecer uma gestão independente. O que ocorre actualmente chamará certamente a atenção de Moçambique e de outras nações africanas para a importância de desenvolver políticas públicas que sejam fundamentadas em perspectivas locais, buscando alternativas internas e evitando a dependência de recursos externos para serviços essenciais. Essa dependência é arriscada, por poder ser interrompida a qualquer momento. Como exemplificado pela recente decisão de Donald Trump de cortar esse apoio externo, que impacta a intervenção nas políticas públicas de diversos países africanos que, por muito tempo, estiveram à espera da liberação desses recursos”.
O especialista acredita que Moçambique, assim como outros países da África que mais dependem de assistência, deve iniciar a busca por fontes diferentes de financiamento para sustentar suas iniciativas na área da saúde.
“No entanto, tenho dificuldades para especificar as opções disponíveis no momento. O ponto crucial é que os países africanos devem desenvolver novas estratégias para atender às suas necessidades essenciais. Uma possibilidade é explorar alternativas com nações como a Índia, que tem estado activa nessa área. No caso de Moçambique, a Índia desempenha um papel significativo na área da saúde, além de contar com a colaboração de outros países, como Cuba, China e Coreia do Norte”.
Lembre-se de que o Departamento de Estado dos EUA suspendeu quase toda a ajuda internacional ao nível global, com efeito, imediato, afectando também Moçambique.
Em Moçambique, a USAID destina anualmente mais de Mil Milhão de dólares em diversas áreas, incluindo educação, saneamento básico, agricultura, saúde e assistência em situações de desastres naturais.
Entre os sectores que recebem substancial suporte dos Estados Unidos, destaca-se a saúde, especialmente nos esforços de combate ao HIV/SIDA, com um investimento anual de 400 milhões de dólares por parte do governo americano.
Em relação ao tema, a Primeira-Ministra, Benvida Levy, comentou que, embora Moçambique possa ser impactado pela suspensão resultante das escolhas do presidente americano Donald Trump, ela tem fé em uma rápida recuperação do país.
Ela destacou que a nação já enfrentou outros momentos desafiadores e conseguiu administrar bem. “Portanto, eu confio que, desta vez, também seremos capazes de lidar com nossos próprios recursos”. Vânia Jacinto
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