Erosão ameaça destruição de salas de aula em Escola Primária Completa de Murrapaniua-2

Seiscentos estudantes da Escola Primária Completa de Murrapaniua-2 estão em perigo devido à possibilidade de terem aulas ao ar livre. O problema está relacionado com a erosão acentuada causada pelas águas das chuvas, que colocam em risco a destruição de três salas de aula nesta escola, situada no Posto Administrativo de Natikire, na cidade de Nampula.

As salas foram erguidas por meio do empenho dos pais e encarregados de Educação dos alunos da escola, por meio de contribuições. No entanto, o investimento realizado está sob ameaça, o que pode comprometer a qualidade do ensino e aprendizagem das crianças actualmente matriculadas e das que virão.

A situação preocupa a direcção da escola, que para minimizar o problema, teve que despejar resíduos nas valas abertas pelas águas das chuvas, colocar sacos de areia e plantar capim resistente à inundação, como medidas preventivas para evitar que as salas sofram danos maiores.

Estas informações foram partilhadas por Gabriel Jamal, o director da Escola de Murrapaniua-2, numa entrevista realizada pela nossa equipe de reportagem.

“Como estamos lidando com um desafio específico, que afecta directamente a comunidade escolar no bairro de Murrapaniua, buscamos implementar algumas medidas locais. Optamos por encher sacos com areia e os colocar no local da erosão”, afirmou. Também destacou que “Essa foi uma técnica compartilhada por um parceiro, adequada para combater uma erosão significativa, considerando a localização da escola na comunidade”.

O responsável reconhece que as acções realizadas não poderão garantir a permanência das salas por muito tempo, porém, considera que, do seu ponto de vista, são soluções momentâneas. Isso porque uma erosão precisa de uma intervenção mais eficaz e duradoura, como, por exemplo, o apoio do Conselho Municipal.

Quando se trata de uma questão que envolve não somente a gestão escolar e os estudantes, mas também preocupa toda a comunidade, pais e responsáveis pela educação, é essencial que todos unam esforços para resolver.

“No dia 15 deste mês ocorreu um evento de âmbito provincial, com a presença da Direcção Provincial do Ambiente, da Associação de Amigos de Namaita e outras entidades. O evento tratou da problemática da erosão. Recebemos algumas mudas de árvores de sombra e realizamos o plantio. Nos locais mais críticos de erosão, recebemos ideias muito úteis. Juntamente com a comunidade, iremos trabalhar nesse sentido”.

De acordo com Gabriel Jamal, é previsto que em 2 anos as salas de aula desabem, o que poderá afectar mais de mil alunos no futuro, colocando em risco seu desempenho académico. O director da Escola Primária Murrapaniua-2 expressou preocupação com essa possibilidade. Portanto, ele apelou para uma intervenção rápida e eficaz por parte das autoridades competentes.

Da mesma forma, Santos Suede, pai e encarregado de educação, expressou sua preocupação “nas salas de aula estão presentes menores de idade” declarou com um semblante ansioso. Portanto, “É alarmante. Pois aquilo pode desabar e, quando desabar, pode causar danos aos estudantes. Não apenas a eles, mas também à comunidade que transita atrás das salas”.

Ele acredita que seria positivo se o Município de Nampula e o Governo trabalhassem juntos para buscar soluções que visem melhorar a situação actual.

“É importante que os membros da comunidade contribuam, não apenas com contribuições em dinheiro, mas também oferecendo sugestões em cooperação com o secretário do bairro e a direcção da escola”, destacou uma mãe encarregada de educação, que não quis se identificar.

É importante ressaltar que a escola Primária Completa de Murrapaniua −2 é uma instituição de ensino tradicional que actualmente conta com mais de 6 mil estudantes distribuídos em três turnos, 96 docentes e 70 turmas. Vânia Jacinto