Connect with us

DESTAQUE

Preservação do património histórico na Ilha de Moçambique requer atenção urgente, alerta GACIM

Publicado há

aos

O Gabinete de Conservação da Ilha de Moçambique (GACIM) diz que ainda persistem no seio da população local, os desafios de conservação e preservação de património cultural, facto determinante para a conservação, preservação e restauro do património cultural mundial da Ilha de Moçambique.

Em questão está a falta de sensatez e apreço em proteger e valorizar os elementos culturais presentes naquela cidade costeira. A escassez de recursos para viabilizar projectos de restauração do património da ilha é um dos desafios destacados. Pois, conservar e valorizar o património é preservar a essência de uma comunidade e constitui, portanto, um acto de cidadania e amor à pátria.

GACIM diz que a gestão e conservação do património vão além dos aspectos técnicos e financeiros, envolvendo também a necessidade de elaborar estratégias sofisticadas para garantir a sua preservação.

Com o intuito de preservar o património cultural da humanidade, o Gabinete de Conservação da Ilha de Moçambique (GACIM) tem se dedicado em colaboração com a comunidade local e outros sectores interessados na conservação das riquezas históricas da região de Nampula. Um dos objectivos é promover a consciencialização sobre a importância da preservação dos monumentos e locais emblemáticos da Ilha.

“O trabalho que temos feito, é a coordenação com a edilidade e diferentes intervenientes.” Começou por explicar Cláudio Zunguene, director do GACIM “Nós actuamos na ilha de Moçambique, mas também existe o município, o governo, as Organizações Não Governamentais(ONG), sector privado e outras pessoas interessadas, portanto todos têm interesse de conservar a Ilha, mas identidade que deve coordenar esta gestão e circulação de todos os intervenientes é o GACIM.”

Daí que “o nosso trabalho é de assessoria técnica ao município, assim como acompanhamentos de obras, assim como análises e pareceres técnicos, tudo com o objectivo de garantir a conservação do património”.

Segundo Cláudio Zunguene, são diversos os obstáculos mencionados que impedem uma gestão eficaz dos bens patrimoniais, e um dos desafios ressaltados durante a conversa com o nosso jornal é a participação inclusiva e activa da comunidade.

“São vários desafios enfrentados no dia-a-dia na gestão de património assim como a conservação. Os desafios passam por garantir maior participação comunitária na conservação do património”. Zunguene, indica que quanto mais pessoas se interessarem pelo património, demonstrando vontade de conservá-lo e protegê-lo, melhores resultados poderão ser alcançados.

A Ilha de Moçambique foi declarada Património Mundial pela UNESCO em Dezembro de 1991, em resposta a uma proposta do Governo de Moçambique no âmbito da valorização e preservação do rico património da Ilha que foi a primeira capital do país. Nos últimos anos tem apresentado um crescimento económico e social notável. O maior número da população se dedica a pesca artesanal e um pouco de agricultura, devido à predominância do mar naquelas terras, factores estes que faz com que a população passe por dificuldades no seu dia-a-dia e no fim não valorizem os monumentos.

“A situação económica da própria Ilha de Moçambique é um desafio, porque maior parte da população é carente e com dificuldade de custear, por exemplo, despesas de móveis, o que nos faz pensar que o desafio é mesmo da cidade toda, pelo facto da pobreza, mas isso não é desculpa que as pessoas não conservem” Por isso, incentivou a população a participar de outras actividades em busca de uma vida digna.

“Se a população tivesse mais outras formas de geração de renda, para além do turismo e a pesca, eu penso que seria mais elas próprias com o seu recurso a conseguirem dar resposta aos desafios que no dia-a-dia enfrentam.”

No entendimento do director do Gabinete de Conservação da Ilha de Moçambique (GACIM), a colaboração de todos os envolvidos na conservação do património cultural (governo, município, ONG e sectores privados) seria essencial para garantir a preservação do património. No entanto, segundo ele, é observado que a maioria das organizações que operam na região não estão em sintonia.

“Ainda temos o desafio de melhorar a coordenação com o município, a sociedade civil, o sector privado. Vemos que ainda há necessidade melhorar a coordenação de modo que todos estão alinhados no mesmo objectivos”, disse Zunguene. “Não digo que as organizações não estão alinhadas, estão alinhadas”, mas “há sempre pequenos entraves que vão surgindo. É natural num percurso” repetiu lamentavelmente “mas unir os intervenientes constitui um grande desafio”.

A Ilha de Moçambique é famosa por sua rica história, belas paisagens costeiras e impressionantes edifícios com mais de um milénio de existência. Infelizmente, os monumentos já estão apresentando sinais alarmantes de deterioração e, se não houver um esforço sério de conservação e preservação nos próximos anos, a Ilha de Moçambique arrisca perder sua singularidade.

“Nós temos monumentos importantes que são simbólicos. O caso do hospital da Ilha, fortaleza de são Sebastião que são monumentos muito grandes. Estão conservadas, mas, precisam que estes monumentos sejam restaurados, que voltem a ter o uso comunitário e por fins de turismo.” Vânia Jacinto

 

Continue Lendo
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Mais Lidas