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EMPRENA denuncia baixa qualidade em materiais de construção

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O Presidente do Conselho Fiscal da Associação de Empreiteiros (EMPRENA) em Nampula, Momed Inur, diz que tanto os materiais nacionais quanto os importados para a construção civil não possuem o padrão de qualidade adequado, o que acaba afectando a qualidade das obras.

Falando durante um evento que marcou o lançamento da abertura da segunda edição da feira de construção civil, Oteka Nampula, que será nos dias 14 e 15 de Junho deste ano, reconheceu que “de fato, há uma variedade de materiais importados de diferentes países que chegam a Moçambique, como a China, onde muitas vezes os materiais apresentam fragilidades. Os importadores optam por trazer produtos de qualidade inferior devido ao seu custo mais baixo. Por exemplo, um varão de 3 metros pode, na realidade, ter apenas 2,80 metros”.

Para sanar a deficiência de qualidade, Momed afirmou que as entidades responsáveis pela inspecção da qualidade da construção no país precisam intensificar suas acções, possibilitando uma fiscalização rigorosa de todos os materiais de construção que são importados.

De acordo com sua opinião, é necessário equipar o Estado com profissionais qualificados e dispositivos adequados para enfrentar os desafios de garantia de qualidade.

“Reivindico maior tranquilidade e maior supervisão por parte do governo. É necessário que o Estado se empenhe na vistoria de materiais de construção civil, visando garantir obras de qualidade. Com frequência, os fiscais só percebem a baixa qualidade após a conclusão da obra, o que acaba exigindo a sua demolição.”

Entretanto, é importante ressaltar que existem empreiteiros que, mesmo utilizando materiais de alta qualidade, entregam projectos de baixa qualidade. Além disso, há aqueles que, após receberem o pagamento pelos serviços contratados, abandonam as obras sem concluir.

A fonte reconheceu que a Associação de Empreiteiros em Nampula possui deficiências na supervisão de todos os empreiteiros, devido à falta de filiação de alguns. Como ilustração, mencionou que apenas 91 empreiteiros em Nampula estão oficialmente registados na Associação de Empreiteiros.

“Quando a associação foi criada, contávamos com 300 empreiteiros, actualmente estão registados apenas 91 empreiteiros. Muitos empreiteiros optam por não se associar devido às regras estabelecidas. Para se tornar membro da associação, é necessário pagar quotas, cumprir com as exigências rigorosamente. Temos somente controlo sobre os empreiteiros registados, não podendo gerir aqueles que optam por não se registar.”

Já o presidente da EMPRENA, Mário Albano, admite as falhas cometidas por alguns empreiteiros, especialmente no que se refere ao abandono de projectos. No entanto, ele ressalta que muitas vezes as obras são deixadas de lado não por escolha dos empreiteiros, mas sim devido à falta de pagamento adequado por parte dos proprietários, o que os leva a abandonar o projecto.

“São de nosso conhecimento as péssimas condições das obras, resultado dos valores praticados nas obras públicas. O custo é um obstáculo. Em certas ocasiões, a construção é interrompida, pois o Estado não dispõe de recursos para pagamento, ou surgem questões a serem resolvidas e é necessário fazer ajustes”.

Na semana passada, o Primeiro-Ministro de Moçambique esteve presente na província de Nampula para inspeccionar o andamento da construção do Hospital Geral de Nampula. No entanto, a obra que iniciou em 2017 com a previsão de ser concluída em 2019 está atrasada em mais de 4 anos. Actualmente, encontra-se paralisada devido à falta de condições do Estado.

O empreiteiro está sem recursos e o governo se comprometeu a buscar fundos, prometendo anunciar um novo cronograma para a retomada da obra somente daqui a seis meses. Apesar disso, a construção está 80% finalizada. Vânia Jacinto

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