SOCIEDADE
Dados da FDC revelam queda significativa de uniões prematuras na província de Nampula
Os dados da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) na província de Nampula apontam para uma diminuição nos casos de uniões precoces nessa região, com 86 ocorrências registadas em comparação a 107 no mesmo período de 2024, resultando em uma queda de cerca de 19 por cento.
Apesar do progresso, os profissionais engajados na luta contra as uniões prematuras ressaltam a importância de intensificar os esforços para combater essa prática, considerada prejudicial ao futuro das raparigas.
Conforme declarou Clara Ferrão, representante da Fundação para o Desenvolvimento Comunitário (FDC), durante o encontro do Fórum Provincial de Líderes Comunitários realizado na semana passada, a diminuição de casos de uniões prematuras é resultado da colaboração de várias entidades, tanto do sector público quanto de organizações da sociedade civil.
“A FDC, nos seus diferentes programas, identificou 107 casos de união prematura em 2023, contra 86 deste ano, representando uma redução de cerca de 19%. Este resultado, apesar da redução, destaca a necessidade de redobrar esforços no combate a esta prática prejudicial, que aperta profundamente a sociedade moçambicana em particular da província de Nampula”, disse.
Sob o lema “Liderança Responsável, Futuro Seguro, Unidos pelo fim das Uniões Prematuras”, o encontro juntou líderes tradicionais, religiosos, influentes locais e outros representantes da província teve como finalidade de reforçar a responsabilidade e o compromisso dos líderes comunitários na prevenção e eliminação das uniões prematuras, com o objectivo de criar comunidades mais seguras.
Durante a sua fala no evento, a Directora Provincial de Género, Criança e Acção Social, Albertina Ussene, que falou em nome do Governo, destacou que Moçambique é um dos países da África Austral com altos índices de uniões prematuras. Ela mencionou que, segundo dados da UNICEF, cerca de metade das jovens entre 20 e 24 anos se casaram antes de completar 18 anos, sendo as regiões do Norte e centro do país as mais afectadas.
A dirigente afirmou que as uniões precoces estão comprometendo os sonhos de muitas raparigas na província.
“Essas uniões não apenas destroem os sonhos das crianças, mas também afectam a sua saúde, educação e futuro; as repercussões são severas, incluindo a interrupção da educação, riscos à saúde física e emocional, além de perpetuar a pobreza e as desigualdades,” concluiu, chamando atenção dos diversos actores envolvidos no combate a problemática, especialmente as organizações da sociedade civil, líderes comunitários, religiosos, activistas, matronas e todas as figuras de influência nas comunidades, para realizarem acções que combatam as uniões precoces.
“Queremos encorajar a liderança para manter a sua coragem em defender o que é certo nas nossas comunidades, mesmo sabendo que é um desafio tremendo. Queremos igualmente que criem um ambiente onde as crianças possam sonhar em ser médicas, professoras, juízas e por que não chefes de estado, para tal devem fazer respeitar os direitos das raparigas dentro das suas comunidades”.
No encontro, os líderes comunitários assumiram o desafio de dar o seu melhor, no sentido de pôr fim a este mal que tem prejudicado muito o futuro das raparigas. Celso Alfredo
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