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Crise na saúde: APSUM suspende serviços por quinze dias

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A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidário de Moçambique (APSUM), anunciou a interrupção de todos os serviços essenciais a partir desta segunda-feira (13 de Abril), pelo período de quinze dias, em todas as unidades de saúde do país.

No dia 29 de Abril, os profissionais da área da saúde decidiram iniciar uma greve devido ao silêncio do governo diante das preocupações da classe, como a escassez de remédios, más condições nos hospitais e promessas falsas do lado do Governo.

De acordo com Lopes Juma Remane, coordenador da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique, a situação nas unidades de saúde é extremamente preocupante, como mencionado numa conferência de imprensa na última segunda-feira em Nampula.

“Hoje, no dia 13 de Maio, completam-se duas semanas desde o início da paralisação em busca de solução para o grave problema que vem sendo enfrentado devido à escassez insuportável de materiais essenciais no local de trabalho. Dentre esses materiais estão incluídos luvas, máscaras, blocos cirúrgicos, gessos, antibióticos, antimaláricos, sedativos diversos, paracetamol, medicamentos para hipertensão, lâminas cortantes para preparação de amostras microscópicas, reagente para análise de glicemia, assim como materiais para realização de hemogramas e exames diagnósticos relacionados a casos de diarreia e infecção urinária”.

Além da escassez de remédios e das péssimas condições de trabalho, há também o não cumprimento do pagamento das horas extras e do trabalho de turno, essenciais para cuidar da vida das pessoas.

“Também esperamos que o governo reconheça a necessidade de reavaliação da situação dos profissionais do regime específico da saúde com contratados de forma provisória. Além disso, é essencial que os profissionais do regime geral recebam o subsídio de 10%”.

A APSUM crítica a postura do ministro da Saúde, Armindo Tiago, que apareceu na mídia para negar a existência de uma greve na área da saúde e afirmar que resolvia os problemas que afectam os profissionais.

“Isso mostra a tendência do ministro da saúde de ignorar os problemas, agindo como um avestruz. Ele tenta fugir da realidade, assim como fez em 2023, quando afirmou que nós, profissionais, éramos ilegais e ele não nos conhecia. Entretanto, a realidade é que a greve está acontecendo em todo o país”.

Nas últimas duas semanas da paralisação, com as unidades sanitárias a operar com os serviços essenciais, o país registou o aumento de casos de óbitos.

Segundo o coordenador da APSUM, devido à ausência de profissionais nas unidades de saúde, há muitos prejuízos para a população, os quais o governo precisa reconhecer, parar de ocultar e de alocar estudantes não qualificados para cuidar das pessoas. “Por isso, em função da falta de resposta, os serviços mínimos serão suspensos a partir de hoje. Todos os profissionais de saúde estão mobilizados, excepto os médicos”.

A APSUM refere que nas últimas semanas o número de mortes por falta de atendimento aumentou de 300 para 701. Por isso apela para que os doentes continuem em casa, evitando que  se desloquem em vão aos hospitais.

Lopes Juma Remane referiu que  98% dos estagiários no país não estão sendo supervisionados durante o processo de aprendizagem, devido à adesão à greve pela maioria dos supervisores. Segundo o líder do grupo, o estagiário deveria realizar suas actividades sob supervisão de um profissional experiente e com uma carga horária limitada.

“O decreto 95/2021, de 22 de Setembro, no artigo 4, estabelece que o estágio deve ser informado à entidade especializada em questões de emprego, mediante a apresentação pela entidade promotora de contratos celebrados. Nas unidades sanitárias, estão a ocorrer grandes violações a esta lei, uma vez que mais de 98 por cento dos estudantes que actualmente prestam serviço nas unidades de saúde não são estagiários, e não apresentam contrato de estágio para atender os pacientes, realizando este serviço sem supervisão”, disse para depois questionar. “será que os estudantes estão buscando aprimorar as suas habilidades, mesmo sem a presença dos seus supervisores que estão actualmente em greve?”

Os manifestantes relatam situações de pressão por parte dos hospitais, com supostas ameaças de demissão dos seus membros. O coordenador da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidário de Moçambique diz que os seus membros não vão se intimidar perante a situação, pois o retorno ao trabalho deverá ser mediante a resolução dos problemas da classe. Vânia Jacinto

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