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Número alarmante de mães em Nampula abandonam bebês em lixeiras após o parto

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Aumenta na cidade de Nampula o número de mães que, após o parto, decidem abandonar seus bebés, deixando-os em lixeiras ou adoptando outros métodos cruéis.

Segundo Apolinário Portugal, psicólogo e professor de Saúde Mental no Instituto Politécnico Boa Esperança em Nampula, a condição está directamente relacionada às doenças psicológicas e à incapacidade de gestão, principalmente causadas pelo abuso de álcool.

Apolinário diz que é importante a atenção da família, para identificar precocemente os sinais e buscar auxílio médico.

“Primeiramente, quero expressar minha tristeza ao presenciar uma mulher que, ao longo de nove meses, passa por diversas dificuldades e acaba tomando a decisão de tirar a vida de seu próprio filho, o que é considerado um grave distúrbio mental. Quando a mulher não recebe cuidado, carinho e apoio do parceiro ou da família durante esse período, a tristeza acumulada ao longo do tempo pode levar a essa trágica situação”, disse o psicólogo, explicando que, além disso, também existe a possibilidade de dificuldades após o parto, sendo responsabilidade da família ficar atenta e identificar comportamentos suspeitos para evitar que a gestação se combine com o uso de drogas e álcool.

“Matar uma criança depois de nove meses de gestão mostra como a união de diversas situações durante a gravidez pode desencadear transtornos mentais, levando as pessoas a perceberem ou interpretarem as coisas de maneira diferente das demais, podendo envolver alucinações ou delírios, o que é conhecido cientificamente como Psicose”.

De acordo com Portugal, a psicose pós-parto é mais comum em mulheres entre 20 e 30 anos, que frequentemente engravidam acidentalmente sem planeamento familiar, resultando em rejeição por parte de seus parceiros.

“Mesmo cientes de que são responsáveis pelo acto, os homens muitas vezes abandonam suas parceiras, o que pode resultar em riscos de morte tanto para elas quanto para o bebé”, lamentou Apolinário, enfatizando que o homem, na qualidade de pai da criança, é o principal culpado dessa situação. A ocorrência desse abandono revela a falta de cuidado adequado ao longo de toda a gestação.

“A população precisa considerar seriamente os problemas de saúde mental, em geral. Actualmente, percebe-se que ainda é um tema delicado falar sobre doenças mentais, porém é fundamental reconhecer a sua existência e procurar ajuda adequada” disse o psicólogo Apolinário Portugal.

Algumas mães entrevistadas em Nampula reprova a conduta de mulheres que engravidam e abandonam seus bebés após o parto. A maioria das entrevistadas não consegue entender por que, após enfrentar tantas dificuldades, as mães decidem abandonar seus recém-nascidos, defendendo que seria mais sensato optar pelo planeamento familiar em vez desse tipo de atitude.

Recentemente, um triste acontecimento chamou a atenção: um bebé recém-nascido foi encontrado sem vida próximo à ponte do Rio Muhala, na cidade de Nampula.

Uma das pessoas entrevistadas, Luísa António e mãe de uma menina, expressou tristeza ao perceber que algumas mulheres, após dar à luz, abandonam seus bebês em rios, enquanto outras não têm a mesma oportunidade.

“É triste constatar que uma mulher passou por nove meses de gestação, enfrentando muitas dificuldades, dores intensas e depois, ao dar à luz ao seu filho, ele foi abandonado no rio. Existem pessoas que desejam ardentemente ser mães e não conseguem, enquanto Deus abençoa essa mulher que logo após o nascimento do bebé o abandona”, disse Luísa alerta as mulheres sobre a importância do uso de métodos contraceptivos para evitar gravidezes indesejadas.

“As mulheres não devem aguardar a chegada do bebé para descansar, caso sintam que não estão prontas para a maternidade, é melhor se prevenir do que remediar”.

Neltina Alberto é outra entrevistada Ela destacou que, como mãe, nunca agiria da mesma forma, pois nem todas as mulheres têm a mesma oportunidade de engravidar.

“Como mãe, sinto um profundo pesar por aqueles que cometem tal acto criminoso. Jamais agiria dessa maneira, após nove meses de gestação, enfrentando dores intensas, simplesmente abandonando meu filho”.

Durante a entrevista, a entrevistada fez um apelo às mulheres, sugerindo que aquelas que não desejam engravidar procurem os hospitais, onde podem encontrar métodos como implante, depo-provera, DIU, para prevenir a gravidez e possíveis depressões.

Janota Alde, uma mãe de dois filhos, solicita a participação do governo na diminuição desses incidentes.

“A nossa geração não costuma seguir os conselhos dos mais velhos, antigamente, as pessoas valorizavam e seguiam as orientações dos seus antepassados. Actualmente, o governo tem implementado medidas para educar as mulheres sobre como evitar gravidezes indesejadas”. Segundo Janota, as mulheres que agem de maneira imprudente deveriam ser punidas, como forma de aprendizado para o futuro. Elina Eciate

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