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CULTURA

Artistas veteranos em Nampula reclamam de exclusão em eventos promovidos públicos

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Os artistas veteranos em Nampula, sentem-se excluídos pelo Governo Provincial durante os eventos públicos que promove. Além disso, em entrevistas alguns músicos, afirmaram que a sociedade tem demonstrado uma preferência pela nova geração musical, em detrimento dos mais antigos, mesmo considerando a falta de conteúdo nas músicas actuais.

Diante dos obstáculos enfrentados, seja na falta de reconhecimento em eventos públicos ou em espectáculos promovidos por empresas, o Professor Constantino Warila, afirma que a cena artística está passando por momentos difíceis.

“A Minha carreira está andando, porém, os tempos não são iguais, a arte é como futebol. A bola entrega-se, se a pessoa leva a bola sozinha, até a baliza, pode cair, não fico triste com a nova geração. Agora, se não me dão espaço, talvez porque já me conhecem muito e acham que não sirvo para nada”, disse Warila.

De acordo com Warila, a ausência nos espectáculos representa uma grande perda para os cidadãos, pois, segundo ele, ainda tem muito a contribuir em relação ao conteúdo musical.

“Ainda tenho muita coisa a oferecer nas minhas músicas. Deixa-me muito triste quando há uma preferência de convidar cantores, que cantam injúrias, criando um ambiente não aceitável na sociedade. Os músicos da nova geração, estão muito acelerados, no nosso tempo tudo era calmo, eles dizem tudo menos nada nas suas músicas”, lamenta.  Warila, atribuiu a responsabilidade pela situação ao Governo, por meio do Ministério da Cultura, que deveria fiscalizar a situação.

“Ministério da Cultura, sabe como a cultura deve ser respeitada, como os músicos devem ser tratados, eu fico muito chocado”, disse.

Warila, usou a entrevista para criticar a conduta de alguns organizadores de eventos, em especial os espectáculos, que costumam divulgar o nome de Warila nos panfletos sem antes consultá-lo. No dia do evento, somente tocam a sua música, cobrando ingressos.

Warila questiona essa prática. “Já vi meu nome no cartaz, de vários eventos, alegando que estarei num evento x, chega o dia, não me falam nada, apenas falam no ar, levam minha música, vão tocar. Isso tudo é crime, porque se tocam minha música, é por que já houve dinheiro, a minha pergunta é, quem come o dinheiro? É triste, essa toda culpa, é do Ministério de Cultura, já aconteceu em Mogovolas, Ribáuè, Mossuril, por aí em diante. Mas eu sei que minhas músicas foram exibidas, sem minha permissão”.

Outro artista, que afirma encontrar obstáculos para progredir em sua carreira musical, é Momade Ali Faque. Ali Faque, menciona a falta de apoio para gravar um novo álbum e videoclipes de suas músicas.

“A minha carreira vai de mal a pior, a falta de apoio, é que fere a caminhada da carreira musical, por exemplo, eu não tenho dinheiro para ir a um estúdio para gravar uma música, nem para fazer videoclipes, estas coisas, precisam de um investimento. Porém, não tenho dinheiro, para após a gravação do videoclipe, fazer a promoção da mesma música, preciso de um investimento”, pediu o cantor.

Segundo Momade Ali Faque, a sua ausência da cena nacional, se deve à exclusão na actuação em eventos públicos e privados.

“Tenho me ausentado desses referidos eventos, porque não sou convidado, às vezes, me convidam, mas, não é frequente. Chamam a nova geração, mesmo sabendo que suas músicas não têm impacto, porque muitas vezes, o que eles cantam é um barulho”.

Ali Faque afirma que, mesmo enfrentando obstáculos em sua trajectória, segue utilizando a guitarra como seu principal instrumento de vida. Revelou que, devido à exclusão dos músicos mais experientes dos espaços públicos, encontrou nos restaurantes uma nova forma de sustento.

“Hoje em dia, eu levo minha guitarra, canto ao vivo, ganho algum trocado. Enquanto não me convidam em eventos, porque se o Maomé não vai à montanha, a montanha vai ao Maomé, pego na minha guitarra vou a um restaurante tocar, ganho algum valor, assim consigo alimentar minha família, até agora, tenho forças para cantar.” Conforme mencionado por Ali Faque, actualmente procura formas de deslocar até Maputo, com o objectivo de estabelecer contactos com Agências, que possam contribuir para o desenvolvimento da sua carreira artística. Elina Eciate

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