POLÍTICA
Académico moçambicano alerta para urgência de civismo na campanha eleitoral
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O académico moçambicano, Samuel Obedias Ernesto Simango, afirma que é crucial que os líderes dos partidos políticos em Moçambique se unam para incentivar seus membros e simpatizantes a agir de forma civilizada durante a actual campanha eleitoral, para evitar que os próximos dias Moçambique se transforme num palco de violência generalizada e desrespeito às regras eleitorais.
Samuel Obedias Ernesto Simango, graduado em História, Ciência Política e Relações Internacionais, diz que a preocupação com uma campanha ordeira e civilizada surge ao analisar os discursos iniciais dos principais partidos eleitorais, os quais se resumem em trocas de acusações mútuas e demonstrações de intolerância política.
Apenas nos primeiros dias, o país já presenciou o incêndio de sedes políticas, vandalismo de bandeiras e mastros, assaltos a delegações políticas de determinados partidos, sobreposição de panfletos nas ruas e nos casos mais graves pancadarias entre os membros dos diferentes partidos políticos. Segundo o intelectual, esses acontecimentos servem como um alerta, exigindo que as lideranças políticas dos partidos e/ou candidatos eleitorais tomem medidas proativas.
“Todo tipo de violência deve ser condenada, às lideranças políticas devem unir as suas forças no sentido de condenar estes actos que acontecem um pouco por todo o país, porque se ao segundo dia da campanha temos este tipo de ilícitos, imagine quando estivermos a duas ou três semanas de campanha eleitoral.” Samuel Obedias Ernesto Simango destaca que, se no início da campanha já acontecem essas práticas ilícitas, advém cenários de total violência nas últimas semanas antes das eleições. Para ele, a violência durante o período eleitoral em Moçambique não é nova, porém é possível evitar que os principais agentes envolvidos incentivem a paz eleitoral.
“Essa falta de tolerância política não é nada recente, parece ser algo que faz parte da realidade dos moçambicanos há muito tempo. Isso tem sido incentivado por pessoas ocultas, sendo difícil identificar os responsáveis, mas com certeza existem pessoas por trás que manipulam os jovens e os mais pobres em troca de benefícios materiais, como uma simples camiseta ou uma bebida, para agirem dessa forma.”
Samuel Obedias Ernesto Simango enfatiza a importância de resolver a questão da intolerância política em Moçambique, a fim de garantir que o processo eleitoral deste ano aconteça num clima de harmonia, requisito essencial para eleições livres, justas e transparentes.
“Acredito ser fundamental iniciarmos o combate à intolerância o mais cedo possível, pois do contrário corremos o risco de não conseguirmos erradicar esse problema no futuro. Em breve, a resposta de um partido contra o outro será apenas violência, após todos os partidos aderirem a esse ciclo de vandalizações” O académico diz que é importante lembrar que a violência não contribui em nada para a democracia, pelo contrário, todos saem prejudicados.
“Por exemplo, danificar o material é uma violação grave, seria positivo se as autoridades, bem como a própria Comissão Nacional de Eleições, a Sociedade Civil e todas as pessoas interessados em promover uma campanha livre, se pronunciassem”. Por isso, o estudioso alerta as autoridades governamentais sobre a importância de tomarem medidas para proteger a segurança do país.
“Tenho presenciado agentes da polícia apenas observando esse tipo de actos de vandalismo sem agir, portanto acredito que como sociedade precisamos unir forças e pensamentos para acabar com essas situações que prejudicam a reputação política e o nome do país”, disse Samuel Obedias Ernesto Simango, propondo que a polícia investigue de maneira criteriosa as denúncias feitas pelos políticos, tanto em relação ao vandalismo na delegação do MDM em Monapo, quanto na delegação da Renamo em Namiteca, assim como nos casos de incêndio nas delegações da Renamo em Mogovolas e Murrupula, e na delegação do MDM em Tete.
“É imprescindível investigar o que se passou, pois a ausência de investigação pode indicar que as autoridades estão coniventes com a intolerância política. É possível perceber que as instituições políticas, principalmente a polícia, o Ministério Público e os tribunais, estão a favorecer um determinado grupo político. Por isso, é essencial que trabalhemos juntos para garantir eleições livres, justas e transparentes, livres de violência, intolerância e desigualdade, visando o bem do país”, declarou o estudioso, que alertou para a possibilidade da intolerância política em Moçambique evidenciar a parcialidade das instituições judiciais.Losangela Mussa
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